Redução do valor da passagem para compensar retirada de cobradores dos ônibus. Que tal?
Publicado em 17/02/2017 às 16:47
| Atualizado em 17/02/2017 às 17:52
No pré-pandemia, quando a retirada dos profissionais tinha sido retomada após liberação do governo, o processo já estava em plena execução, mas o ritmo era menor e havia critérios técnicos - FOTO: JC IMAGEM
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Se você é passageiro do transporte coletivo da Região Metropolitana do Recife, nem se anime, vou logo avisando. A ideia não está prevista para o Grande Recife, mas para Curitiba, capital do Paraná que sempre foi referência em transporte urbano no País. Foi lá, aliás, que surgiu o Bus Rapid Transit (BRT), copiado não só no Brasil, mas também pelo mundo. Na capital paranaense, a proposta da Urbs - Urbanização de Curitiba SA, gerenciadora do sistema, é reduzir o número de cobradores nos ônibus, nos terminais e estações-tubo como forma de baixar futuramente a tarifa.
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Pelo menos foi o que confirmou o presidente da Urbs, José Antônio Andreguetto, em reunião na Câmara Municipal, embora não exista data nem percentual de redução dos profissionais previstos. O prefeito Rafael Greca já havia confirmado que a Urbs pretende reduzir o número da categoria, mas uma lei de 2001 garante a presença dos cobradores em terminais e estações-tubo e ônibus da capital. Por isso, a prefeitura deve propor uma nova lei.
“Nós governamos para a maioria, nós não podemos, de forma alguma discriminar uma categoria tão importante sem pensar com responsabilidade aonde alocar esses trabalhadores. Mas ao mesmo tempo, não podemos deixar de tomar medidas e prejudicar a maioria. O custo dos cobradores, é óbvio, que altera bastante o valor da tarifa”, disse Andreguetto, na Câmara municipal. Hoje o sistema possui cerca de 6 mil cobradores apenas para as linhas da capital.
Os dois ex-cobradores da linha 901., a primeira convencional a operar sem os profissionais, foram treinados para virarem motoristas na empresa Pedrosa
De acordo com a Urbs, 37% do valor da tarifa técnica são destinados ao pagamento dos salários e benefícios das mais diversas funções do setor. Se for levado em conta o valor da tarifa paga pelo usuário, o percentual sobe para 54%. No sistema da RMR a situação não é diferente. O impacto também é grande, com a diferença de que, por aqui, o poder público (gestor do sistema) nunca cogitou a possibilidade. Pelo menos nunca verbalizou oficialmente. Ao contrário, os cobradores vêm sendo retirados pontualmente das linhas e as mudanças apenas são confirmadas pelo Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT) depois que a imprensa descobre. Além dos Corredores de BRT Norte-Sul e Leste-Oeste, que operam sem cobradores, quatro linhas convencionais rodam sem cobradores desde o ano passado e outras oito (sendo seis convencionais e duas opcionais) começam a exigir apenas o pagamento pelo cartão eletrônico VEM a partir do dia 12 de março.
O argumento é sempre o mesmo: que as linhas que estão perdendo os cobradores têm baixa demanda. É claro que sabemos que o objetivo é reduzir o custo de operação do sistema e estimular a bilhetagem eletrônica, importante para agilizar os embarques. E, pelo menos por enquanto, o GRCT e as empresas de ônibus têm garantido que os cobradores estão sendo reaproveitados em outras funções. Mas ninguém falou, até agora, em algum benefício direto para o passageiro. Algum retorno a partir dessa redução. ?????
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