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ONG planeja resgate com drones de cães isolados por vulcão em La Palma, nas Ilhas Canárias

Em seu caminho rumo ao mar, o fluxo de lava deixou intactas algumas pequenas "ilhas" de terra, como as que servem de abrigo aos animais

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AFP

Publicado em 20/10/2021 às 23:19
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Uma operação sem precedentes, usando drones, está sendo preparada na ilha de La Palma, na Espanha, para resgatar quatro cachorros que estão presos há semanas entre os rios de lava da erupção do vulcão Cumbre Vieja.

Os cães encontraram abrigo em dois depósitos de água vazios cercados de lava na localidade de Todoque, que foi praticamente apagada do mapa pela erupção, que começou em 19 de setembro.

O fluxo de lava já cobriu 760 hectares de terra e destruiu cerca de 2000 edificações, mas não deixou vítimas nesta ilha do arquipélago das Canárias, situado no Oceano Atlântico, em frente à costa noroeste da África.

Em seu caminho rumo ao mar, o fluxo de lava deixou intactas algumas pequenas "ilhas" de terra, como as que servem de abrigo aos animais.

A associação local de defesa dos animais, Leales.org, se deu conta da situação no início de outubro e, com a ajuda de duas empresas de drones, levou água e comida aos cachorros, que, apesar dos esforços, já apresentam sinais de perda de peso.

Além disso, a ONG entrou em contato com a operadora industrial de drones Aerocameras para utilizar seus equipamentos de maior envergadura, usados normalmente para transporte, para resgatar os cães.

É impossível chegar até os animais por terra e os helicópteros não podem sobrevoar a região porque a cinza e os gases podem danificar seus rotores, explicou Alejandro Molina, porta-voz da Leales.org.

"[Os drones] são a única forma de fazer" o resgate, disse à AFP.

Uma equipe da Aerocameras chegou à ilha na segunda-feira (18), após receber permissão das autoridades locais para conduzir a operação. Segundo a lei espanhola, os drones não estão autorizados a transportar, normalmente, animais ou pessoas.

O presidente da empresa, Jaime Pereira, anunciou que o plano é enviar um drone equipado com uma rede para retirar os cachorros um a um.

"Nem nós nem ninguém tem experiência em transportar um animal vivo", explicou Pereira à emissora de televisão privada Telecinco. O sucesso da operação dependerá de como os cachorros vão responder ao drone, acrescentou.

"A reação do cachorro pode ser se deitar, se mover, saltar e, por isso, devemos estar muito atentos", assinalou Pereira.

"Estão dizendo que, bom, o cão pode sofrer fraturas, pode sofrer um infarto... Obviamente, há uma série de riscos, mas, ou nós conseguimos resgatá-los, ou, provavelmente, em alguns dias ou semanas, eles não estejam mais vivos", alertou.

Ainda não há uma data definida para o resgate, mas, nesta quarta-feira (20), a Aerocameras, que não cobrará pelo trabalho, realizou um ensaio em um campo esportivo.

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