Projeto

Baobá das Graças ganhará visibilidade

Praça será construída em volta da árvore para permitir a contemplação

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 05/10/2014 às 8:00
Rodrigo Carvalho/JC Imagem
Praça será construída em volta da árvore para permitir a contemplação - FOTO: Rodrigo Carvalho/JC Imagem
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O baobá imenso, debruçado sobre o Rio Capibaribe, nas Graças, Zona Norte do Recife, vai ganhar uma praça para quem quiser admirá-lo. A obra, vinculada ao projeto do Parque Linear Caminho das Capivaras, que prevê a integração de 21 bairros pelas margens do curso d’água, da Várzea até o Centro, deve ser iniciada até o fim do mês. Um dos entraves, o recuo de 16 metros do muro de quatro casas, foi superado depois que a Prefeitura do Recife conseguiu imissão de posse do último terreno pendente, no mês passado. A área já está cercada por tapumes.
Segundo o secretário-executivo de Unidades Protegidas da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife (SMAS), Romero Pereira, o projeto executivo está pronto, falta apenas captar os recursos necessários, em torno de R$ 700 mil. “Mas a Emlurb ainda tem folga em contrato (de outras licitações) para fazer pavimentação e drenagem, o que vai apressar a obra”, revela. “Praticamente, só teremos que adquirir o mobiliário.”
A área da praça é delimitada pelas Ruas Uchôa Cavalcanti e Madre Loiola, ao lado da Estação Ponte D’Uchôa. Para construí-la será preciso demolir o muro que empurra o baobá para o rio e o esconde dos olhos da população. “Será feito um diagnóstico da árvore, para verificar se está bem de saúde. Talvez seja preciso fazer também uma contenção porque ela ficou muito tempo imprensada, quase caindo no rio”, esclarece Pereira.
O baobá das Graças é um dos maiores do Recife. Tem 15 metros de altura e uma copa com dez metros de diâmetro, segundo avaliação feita pela Comissão Técnica de Tombamento, em 2012. “É difícil estimar a idade dele, mas sabemos que já era adulto na década de 70, quando tentaram erradicá-lo”, informa o biólogo Eduardo Lins, presidente do conselho. A árvore foi tombada primeiro pelo antigo IBDF (atual Ibama) e outorgada à Prefeitura do Recife em 1988.
As duas ruas que ladeiam o baobá serão calçadas, com piso elevado, e receberão iluminação especial. Para a praça, estão previstos jardins, bancos e quiosques. Futuramente, segundo o projeto do parque, será construída uma passarela de pedestres sobre o rio, ligando os bairro das Graças e Torre.
“A princípio, será uma praça para contemplação da árvore e do rio”, diz Romero Pereira. “Mas, à medida que se conectar com o resto do projeto, se transformará num largo”, explica. O secretário avalia que, mesmo isolado por enquanto, a construção do espaço de lazer é interessante, pois resgata uma área importante da cidade. “Vai descortinar uma margem do rio a qual ninguém tinha acesso”, finaliza.

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