PRESERVAÇÃO

Corredor ecológico em Aldeia

Governo promete unir fragmentos de mata atlântica da APA Aldeia-Beberibe para ampliar biodiversidade e proteger mananciais

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 02/07/2015 às 8:00
Renato Spencer/ Acervo JC Imagem
Governo promete unir fragmentos de mata atlântica da APA Aldeia-Beberibe para ampliar biodiversidade e proteger mananciais - FOTO: Renato Spencer/ Acervo JC Imagem
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Um corredor ecológico vai unir os fragmentos de mata atlântica da APA Aldeia-Beberibe para favorecer a biodiversidade e reforçar a proteção dos mananciais da região. Essa é a promessa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, que destinou R$ 1 milhão ao Conselho Gestor da Área de Preservação Ambiental. Os recursos, oriundos de compensação ambiental, serão aplicados em ações previstas no Plano de Manejo da APA.

“É o conselho que vai definir as prioridades”, explica o secretário de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, esclarecendo que a entidade é paritária com representantes da sociedade de sete municípios e do governo estadual. Para o secretário, é fundamental interligar os diversos fragmentos de mata atlântica e definir áreas que devem ser reflorestadas. “Temos várias unidades de conservação institucionalizadas nessa APA, como o Parque Dois Irmãos e a Reserva de Caetés, além de três refúgios de vida silvestre (RVS)”, lembra.

Além de criar um corredor por onde os animais possam circular, aumentando a biodiversidade, o reflorestamento vai proteger a grande riqueza da região: os mananciais, importantes para o abastecimento do Grande Recife. A Barragem de Botafogo, que atende municípios do Norte da Região Metropolitana, fica nessa área de proteção. “É preciso aumentar as áreas de mata em torno dos reservatórios. Sem árvores não há água”, enfatiza a diretora-presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Simone Souza. 

Ela revela que a implantação dos corredores ecológicos será bancada com recursos do Projeto de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco (PSHPE) e financiamento do Banco Mundial (Bird). “Dentro de 15 dias será lançada a chamada de manifestação de interesse às empresas interessadas no projeto”, adianta Simone Souza. São essas empresas de consultoria que vão definir onde serão implantados os corredores ecológicos.

Já os recursos liberados pela Semas serão usados para fazer o mapeamento da APA, identificando proprietários rurais, uso do solo e áreas para recomposição. Também poderão ser aplicados em administração, comunicação, pesquisa, monitoramento e fiscalização da unidade de conservação, segundo as prioridades definidas pelo conselho gestor.

Esta semana, o secretário Sérgio Xavier assinou o documento proposto pela Fundação SOS Mata Atlântica aos Estados onde o bioma ocorre, se comprometendo a ampliar a cobertura florestal até 2018 e combater o desmatamento. Hoje, restam apenas 12,5% da floresta original no País. Segundo dados do Atlas dos Remanescentes Florestais, o desmatamento no período de 2013 a 2014 foi equivalente a 18 mil campos de futebol.

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