Pernambuco teve mais alunos matriculados, na rede pública, em creches e educação infantil, se comparado este ano com 2016, nas séries regulares (sem contabilizar educação especial). Em contrapartida, houve queda na quantidade de estudantes nos ensinos fundamental e médio nas escolas municipais e estaduais. Os dados são do Censo Escolar, divulgados esta semana pelo Ministério da Educação (MEC). Seguem o observado nacionalmente: mais alunos nas creches e pré-escola e menos no restante da educação básica. Interessados em ingressar nas escolas públicas do Estado e da capital pernambucana devem se matricular até o fim da semana.
“É um fenômeno que vem acontecendo nos últimos anos e que já esperávamos. A curva demográfica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela a diminuição de jovens e aumento da população idosa. Isso se reflete nas matrículas”, destaca o secretário-executivo de Gestão da Secretaria de Educação de Pernambuco, João Charamba. Ele acompanha os números da rede há cinco anos. A maior parcela de alunos da rede estadual está no ensino médio, pois é a etapa de responsabilidade exclusiva do Estado. São 305.231 estudantes.
Foram abertas, para o próximo ano, 85 mil vagas para alunos novatos nos ensinos fundamental e médio, nas escolas estaduais. As matrículas vão até 23h59 de sábado. Segundo Charamba, até ontem à tarde ainda havia 54 mil vagas. “Temos 31 mil novos estudantes matriculados. Acredito que o total de vagas ociosas será maior que o do ano passado, quando deixamos de preencher 46 mil vagas”, diz o secretário-executivo.
CAPITAL
No Recife, somando todas as séries ofertadas (educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos, EJA), verifica-se diminuição de 387 alunos, comparando 2017 com o ano passado. Nas creches, pré-escola e anos iniciais do fundamental (1º ao 5º ano), o Censo revelou que cresceram as matrículas nas escolas mantidas pela prefeitura. Já nas séries finais do fundamental e na EJA ocorreu redução do número de estudantes.
“Os dados mostram uma flutuação normal nas redes. Há um esforço da gestão em abrir novas creches e novas salas em unidades já existentes. Por isso, é natural que tenha havido aumento da matrícula nas creches e na pré-escola”, comenta o diretor-executivo de Gestão Pedagógica da Secretaria de Educação do Recife, Rogério Morais. O censo contabilizou 343 crianças a mais nas creches e 88 na pré-escola da capital, entre 2016 e 2017.
Nos anos iniciais do fundamental houve acréscimo de 948 alunos. Os anos finais tiveram menos 620 estudantes no Recife. Na EJA a queda foi um pouco maior: 1.146 alunos entre o ano passado e este. “O Ministério da Educação não ofertou turmas este ano do Projovem, o que explica a diminuição das matrículas na EJA. É um programa que atrai muitos jovens que estão fora da escola, pois além do ensino regular há a formação profissionalizante”, justifica Rogério Morais.