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Projeto pernambucano é finalista do Prêmio Professores do Brasil

Alunos de uma escola multisseriada da zona rural de Vitória de Santo Antão pesquisaram sobre como os indígenas são retratados nos materiais didáticos

Editoria de Cidades
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Publicado em 17/10/2018 às 7:11
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Alunos de uma escola multisseriada da zona rural de Vitória de Santo Antão pesquisaram sobre como os indígenas são retratados nos materiais didáticos - FOTO: Foto: Divulgação
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É de uma escola pequena, localizada na área rural do município de Vitória de Santo Antão, Mata Sul do Estado, que vem um dos exemplos de prática pedagógica do País. Desenvolvido pelo professor Isaías da Silva, da Escola Multisseriada Santa Terezinha do Menino Jesus, o projeto Cadê os Indígenas nos Livros Didáticos? Têm Indígenas em Pernambuco? é vencedor da etapa regional e finalista da 11ª edição do Prêmio Professores do Brasil, iniciativa do Ministério da Educação (MEC), que tem como objetivo reconhecer o trabalho de professores de escolas públicas que contribuem para a melhoria dos processos de ensino em sala de aula.

Durante 15 dias, no mês de abril, alunos do 4º e 5º ano, que formam uma única turma, participaram de uma série de atividades propostas pelo professor, com o intuito de desmistificar a visão sobre os povos indígenas. “Primeiro, eles desenharam o que, para eles, era a figura do índio. Nas ilustrações estavam indígenas nus, vivendo como na época do descobrimento do Brasil. Em seguida, eles assistiram a um documentário sobre os polos indígenas e, então, produziram textos desmistificando os estereótipos que tinham antes”, explica o professor. O projeto contou ainda com leituras e pesquisas. Por fim, os estudantes partiram para uma análise sobre como os índios eram retratados nos livros didáticos de diferentes disciplinas.

“Em grupos, eles pesquisaram quantas vezes apareciam e como apareciam os indígenas. Descobriram que as obras retratavam o índio com o mesmo estereótipo que eles tinham. Para eles, foi uma experiência construtiva porque permitiu a análise e a crítica sobre o material. Para mim, mostra que precisamos ir além do conteúdo dos livros”, destaca Isaías.

MOTIVAÇÃO

Formado em pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele concluiu uma especialização sobre cultura africana e povos indígenas este ano. Foi o que o motivou a tratar do assunto em sala de aula.

“Ver o nosso projeto entre os 30 finalistas, em um universo de 4.040 inscritos em todo o País, é motivo de extrema felicidade. A nossa escola é multisseriada e, por isso, é historicamente invisibilizada. Nesse sentido, o reconhecimento é muito relevante. Estamos promovendo o protagonismo dos estudantes e mostrando que o campo também é local de produção de conhecimento.”

A divulgação dos seis vencedores nacionais será no dia 29 de novembro.

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