Abril registrou a segunda maior precipitação nos últimos 100 anos. Em 2011, a chuva acumulada do mês chegou a 664 milímetros, de acordo com dados aferidos pelo Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe). O índice foi 231% acima da média histórica do período, que é e 287 milímetros. Antes, só havia chovido mais em abril de 1977, quando foram registrados 771 milímetros.
A previsão é que, até o mês de julho, as chuvas continuem acima da média na Região Metropolitana do Recife. Na capital pernambucana, durante o fim de semana e ontem, o acúmulo das chuvas foi de 108 milímetros, o equivalente a 34% do previsto para o mês de maio. "Tivemos outras cidades com grande intensidade de chuvas, como Olinda (101 mm) e Cabo de Santo Agostinho (97 mm), mas no Recife o impacto é maior, devido à estrutura do município", explicou a coordenadora do Lamepe, Francis Lacerda.
Segundo a meteorologista, o excesso de chuvas foi provocado pelo aquecimento da água do Oceano Atlântico, que chegou aos 30ºC, quando a média varia entre 26ºC e 27ºC. "Esse aumento é bastante significativo e não era registrado há vários anos", acrescentou Francis. Outro fator que influenciou as fortes chuvas foi uma onda atmosférica que veio desde o Oceano Índico e chegou à costa da América do Sul.
Durante o mês de abril foi registrada, ainda, uma grande ocorrência de raios e relâmpagos. "O aquecimento do Atlântico intensifica a formação de nuvens que causam tempestades. Elas não são comuns aqui no Nordeste, aparecem em locais propícios a frentes frias, por exemplo", disse Francis.
Apesar das chuvas, a temperatura não deve diminuir muito. "Verificamos, nesses dias chuvosos, que a temperatura máxima tem se mantido estável. Domingo, apesar de ter sido um dia encoberto, a máxima chegou a 28ºC no Recife. Em Petrolina, que também passa pelo seu período chuvoso, a temperatura bateu os 34ºC", afirmou Francis.