Grande Recife

Moradores de Olinda se reúnem em defesa do Mercado Eufrásio Barbosa

Governo quer reformar prédio, mas população defende manutenção do mercado público, com lojas tradicionais

Da editoria de Cidades
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Publicado em 17/07/2013 às 8:55
Foto: Michele Souza / JC Imagem
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A ideia do governo do Estado de reformar o Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, e transformar o prédio no Centro de Arte de Pernambuco encontra resistência na cidade. Moradores do Sítio Histórico convidam a população para reunião às 20h desta quarta-feira (17), quando será criado o Comitê Pró-Mercado Público Eufrásio Barbosa e lançado abaixo-assinado eletrônico, endereçado ao governador Eduardo Campos.

Organizado pela Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca), o encontro será realizado na sede provisória da entidade, na Rua Bernardo Vieira de Melo, 127. “O governador precisa entender que as pessoas não aceitam o projeto apresentado. Nós queremos que ele ouça os moradores antes de fazer a revitalização. Esse é o teor do abaixo-assinado”, diz o coordenador de Planejamento da Sodeca, Edmílson Cordeiro.

Tanto locatários do mercado quanto moradores da Cidade Alta defendem a permanência do Eufrásio Barbosa como mercado público, com lojas para venda de artesanato (objetos de decoração, roupas, calçados e acessórios), ervas, grãos, carnes e peixes, além de lanchonetes e um restaurante simples. “Com esse perfil, o mercado atende o público local e os turistas”, afirmam as locatárias Inajá Almeida e Cristina Almeida.

O projeto do governo, com recursos do Ministério do Turismo (Prodetur), prevê salas para exposições permanentes e temporárias, sete lojas para venda de artesanato, oficinas para conserto de peças de artesanato, restaurante, lanchonetes, centro de pesquisa e área livre para eventos.

“Isso muda completamente o mercado e Olinda não recebe esse tipo de turista, sofisticado. O visitante que nos procura é mais popular”, destacam Inajá e Cristina. O Eufrásio Barbosa foi inaugurado em abril de 1990 com 28 lojas de artesanato, dez boxes de abastecimento (carnes e queijo), dez bares e lanchonetes. Está desativado há sete anos.

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Eufrásio Barbosa (Olinda) foi fechado em 2006 para reforma que não ocorreu. Hoje, está deteriorado - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Prefeitura de Olinda reforçou a interdição do mercado em agosto de 2014, lacrando a porta de acesso - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Eufrásio Barbosa, em Olinda, foi inaugurado em abril de 1990, com 28 lojas para venda de artesanato - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Vândalos invadiram o Eufrásio Barbosa, após a interdição, e destruíram as lojas de artesanato - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Governo de Pernambuco quer transformar o Eufrásio Barbosa num centro de arte, com atrações variadas - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Vândalos invadiram o Eufrásio Barbosa, após a interdição, e destruíram as lojas de artesanato - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Fechado e sem uso, prédio do Eufrásio Barbosa, em Olinda, apresenta infiltração de água nas paredes - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Mercado ocupa terreno de 6,5 mil metros quadrados, com área construída de 3,7 mil metros quadrados - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Lixo e mato tomam conta do prédio do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, desativado desde 2006 - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Lixo e mato tomam conta do prédio do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, desativado desde 2006 - Foto: Michele Souza / JC ImagemFoto: Michele Souza / JC Imagem
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Proposta do Governo de Pernambuco para o Eufrásio Barbosa, em Olinda, prevê salão para exposições - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Com as telhas quebradas, prédio do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda alaga quando chove - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Com as paredes estragadas, Eufrásio Barbosa aguarda a obra prometida pelo governo de Pernambuco - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Mesmo com estrutura deteriorada, alguns locatários continuam nas áreas do mercado liberadas para uso - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Mesmo com estrutura deteriorada, alguns locatários continuam nas áreas do mercado liberadas para uso - Foto: Michele Souza / JC Imagem

 

Na época, a prefeitura fechou o imóvel para fazer uma reforma na coberta e nas instalações elétrica e hidráulica, com previsão de seis meses para concluir o serviço. “Até agora não fizeram nada e restam sete locatários trabalhando no mercado”, lamenta Inajá. Vândalos invadiram a área dos antigos boxes e deixaram um rastro de destruição.

Portas de vidro, portas de esteira e treliças dos boxes encontram-se quebrados. A grade que separa o salão principal da área das antigas lojas e bares teve um trecho serrado, para abrir passagem. Há lixo pelo chão e os desgastes provocados pela falta de uso são evidentes nas paredes manchadas por vazamento d’água e nas madeiras de sustentação do telhado avariadas.

“Queremos a obra de restauração do mercado, mas o Eufrásio Barbosa deve continuar como um centro de convivência, um lugar onde o visitante aprenda sobre a cidade”, afirma Edmilson Cordeiro. Na semana passada, a Secretaria de Patrimônio de Olinda apresentou à Sodeca o projeto arquitetônico de reforma do prédio. O assunto também foi discutido em audiência pública na Câmara de Vereadores de Olinda. O governo pretende reformar o imóvel até 2014.

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