Um homem manchado de sangue carregou uma cruz pesada enquanto caminhava rumo à morte. Com uma coroa de espinhos, ele caiu em alguns momentos, foi acolhido por amigos e familiares, sofreu, mas não desviou de seu destino. A história foi impressa nos textos bíblicos, se tornou símbolo maior da fé cristã e conquistou fiéis de várias partes do mundo. Dada a sua importância para o catolicismo, o trajeto de Cristo rumo ao Monte Calvário é rememorado nesta quarta-feira 16 por católicos em procissão pelas ruas do Centro do Recife.
Ao longo da Via-Sacra da Fraternidade, que tem início às 8h no Pátio de São Pedro e encerramento na Basílica do Carmo, em Santo Antônio, uma cruz com mais de 100 quilos é passada de fiel a fiel como símbolo do sacrifício de Jesus. A caminhada é organizada pela Associação Missionária Amanhecer (AMA), coordenada pelo padre João Carlos Ribeiro.
Fiéis como Ana Negromonte, 67 anos, carregam a cruz com sentimento revigorado. Para ela, segurar o ícone do sofrimento, e paradoxalmente da libertação, aproxima os cristãos do sofrimento de Jesus. “O gesto faz a gente carregar a cruz um do outro. Desse jeito, ela não se torna tão pesada”, conta a idosa, que participa todos os anos do evento.
Moradora do Córrego do Jenipapo, Zona Norte do Recife, a católica está animada para participar mais uma vez da Via-Sacra. O apreço de Ana pelo momento vem desde a sua decisão de se dedicar à fé. Bem como na narrativa bíblica, o sofrimento foi a motivação para que a senhora de cabelos claros e voz suave dissesse “sim” à Igreja. Após a morte do pai, Ana passou a se dedicar à irmandade Legião de Maria por meio da qual realiza visitas semanais a comunidades e hospitais.
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