Olinda

Governo adia início da reforma do Mercado Eufrásio Barbosa

Obra estava programada para começar em outubro, mas Secretaria de Turismo aguarda análise da atualização orçamentária para lançar a licitação

Da Editoria Cidades
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Publicado em 28/10/2014 às 8:08
Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Nem tão cedo moradores e visitantes do Sítio Histórico de Olinda vão desfrutar do Mercado Eufrásio Barbosa, no Varadouro. A obra de recuperação do prédio, prevista para começar em outubro de 2014, foi adiada por razões burocráticas. De acordo com a Secretaria de Turismo de Pernambuco, a Procuradoria-Geral do Estado pediu a atualização orçamentária do projeto. Só depois dessa análise terá início a licitação para escolha da empresa que vai executar o serviço.

O processo licitatório, informa a secretaria, dura 45 dias, se não houver questionamentos. Enquanto isso, com telhas e janelas quebradas e cheio de infiltração de água de chuva, o prédio continua se deteriorando, por dentro e por fora. A proposta do governo, elaborada pelo Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), é transformar o mercado num grande centro de arte, com salão para exposições, lojas para comércio e serviço, museu e restaurante.

“Nós estamos esperando a execução da obra, é só o que nos resta fazer. O Varadouro ficará com outra cara”, declara a artesão Lúcia Leite, que mantém um ateliê no mercado desde 1986. O marchand Romero Coutelo disse que está confiante no projeto, mas discorda de algumas intervenções anunciadas para a reforma do imóvel. “Disseram que as cinco portas hoje abertas para o Largo do Varadouro, da agência bancária à esquina da rua, serão fechadas, com acesso apenas interno a essas áreas. Isso vai acabar com a vida na frente do mercado”, opina.

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Eufrásio Barbosa (Olinda) foi fechado em 2006 para reforma que não ocorreu. Hoje, está deteriorado - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Prefeitura de Olinda reforçou a interdição do mercado em agosto de 2014, lacrando a porta de acesso - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Eufrásio Barbosa, em Olinda, foi inaugurado em abril de 1990, com 28 lojas para venda de artesanato - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Vândalos invadiram o Eufrásio Barbosa, após a interdição, e destruíram as lojas de artesanato - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Governo de Pernambuco quer transformar o Eufrásio Barbosa num centro de arte, com atrações variadas - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Vândalos invadiram o Eufrásio Barbosa, após a interdição, e destruíram as lojas de artesanato - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Fechado e sem uso, prédio do Eufrásio Barbosa, em Olinda, apresenta infiltração de água nas paredes - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Mercado ocupa terreno de 6,5 mil metros quadrados, com área construída de 3,7 mil metros quadrados - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Lixo e mato tomam conta do prédio do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, desativado desde 2006 - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Lixo e mato tomam conta do prédio do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, desativado desde 2006 - Foto: Michele Souza / JC ImagemFoto: Michele Souza / JC Imagem
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Proposta do Governo de Pernambuco para o Eufrásio Barbosa, em Olinda, prevê salão para exposições - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Com as telhas quebradas, prédio do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda alaga quando chove - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Com as paredes estragadas, Eufrásio Barbosa aguarda a obra prometida pelo governo de Pernambuco - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Mesmo com estrutura deteriorada, alguns locatários continuam nas áreas do mercado liberadas para uso - Foto: Michele Souza / JC Imagem
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Mesmo com estrutura deteriorada, alguns locatários continuam nas áreas do mercado liberadas para uso - Foto: Michele Souza / JC Imagem

 

Romero vende quadros de artistas olindenses no Eufrásio Barbosa há 12 anos. “Saí do prédio quando a prefeitura pediu para todos os lojistas desocuparem o mercado porque o teto iria desabar. Até hoje não caiu. Trabalho numa das lojas ao lado, mas não vendo praticamente nada aqui”, comenta o marchand.

A edificação foi interditada pela Prefeitura de Olinda em 2006. Sem os lojistas, passou a funcionar apenas com festas e atividades esporádicas, nas áreas liberadas para uso. Como a porta ficava aberta, o mercado virou reduto de vândalos, que entravam e saíam do lugar diariamente. Eles destruíram os boxes desativados dos locatários e deixavam um rastro de excrementos pelo chão. Em agosto deste ano, o município lacrou a porta, reforçando a interdição.

“O empreendimento do governo do Estado fará sucesso se forem incorporadas aos projeto as sugestões apresentadas pela comunidade”, avisa o pesquisador da cidade de Olinda José Ataíde. Um mercado público funciona bem quando representa a cultura do povo, no significado mais amplo da palavra, diz ele.

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