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Plano Diretor para a Vila Naval

Prefeitura elabora plano de reocupação da área, situada em Santo Amaro, a pedido da Marinha. Prédios terão uso misto

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 11/11/2014 às 7:46
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Seis meses após anunciado pela Prefeitura do Recife, o plano urbanístico que regulamenta o uso dos 125 mil metros quadrados da Vila Naval, no bairro de Santo Amaro, área central da cidade, foi concluído e será discutido em audiência pública, dia 19. Os parâmetros de ocupação já estão condensados em minuta de projeto de lei a ser encaminhado à Câmara Municipal. Só depois de ele ser aprovado, a área poderá ser negociada pela Marinha do Brasil, que pretende trocar lotes por área construída para habitações militares.

O espaço foi dividido em sete lotes, cinco passíveis de construção, sendo um deles para imóveis da Marinha. Em um dos lotes as edificações terão de dar espaço a uma área verde de uso público com, no mínimo, 6 mil metros quadrados e visibilidade ao Hospital de Santo Amaro. Em outro, à margem do Rio Beberibe, será implantado um parque linear. E também há espaço reservado para construção de uma estação de transporte fluvial. 

Na negociação para exploração comercial da área pela Marinha, o município terá dois ganhos. O primeiro é na mobilidade, pois o plano urbanístico prevê o alargamento de 12 metros da Avenida Cruz Cabugá, que integra o Corredor Norte-Sul de BRT (ônibus de trânsito rápido); a abertura da Rua Batista Regueira, na beira do rio, que permitirá a ligação do Recife com Olinda, inclusive por meio de ciclovia; e das vias transversais entre o rio e a Avenida Cruz Cabugá, a cada lote. O outro ganho é a cessão do Parque dos Manguezais, uma área de 248,34 hectares, entre os bairros do Pina, Boa Viagem e Imbiribeira, na Zona Sul.

Infográfico

Zoneamento da área

“A área da Vila Naval pode melhorar muito a mobilidade da cidade e o Parque dos Manguezais é um espaço importantíssimo que vem sendo degradado quando pode ser utilizado pela população”, afirma o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano do Recife, Antônio Alexandre.

O plano permite a demolição de 155 casas da década de 1930 da antiga Vila das Costureiras, da extinta Fábrica Tacaruna, que passou às mãos da Marinha, por decreto, em 1951. Mas a ideia é manter partes da infraestrutura da vila, que não é tombada, mas é Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural (Zeph 19). “Os parâmetros básicos são a preservação e integração dos equipamentos históricos, naturais e infraestrutura existentes”, salienta o secretário.

Para isso, o plano estimula o uso misto das edificações, com galerias comerciais e de serviço no pavimento térreo. E sem muros separando as construções dos espaços públicos, para viabilizar a circulação de pedestres. As áreas de edificação poderão ser permutadas entre si, desde que isso garanta mais espaço para uso público e não ultrapasse os coeficientes de ocupação definidos. Havendo maior distanciamento entre as edificações e os elementos históricos e naturais, os imóveis podem chegar a até 75 metros de altura (25 andares).

O plano ainda está em discussão, portanto, pode sofrer alterações, após a audiência, que acontecerá no auditório do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Rua Henrique Dias, nº 609 – Derby), das 8h30 às 12h30.

 

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