Efeitos da tempestade

Fim de semana teve pelo menos 13 protestos pela falta de luz

Fornecimento foi interrompido em várias localidades na sexta-feira

Do JC Online
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Publicado em 31/01/2016 às 23:48
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Fornecimento foi interrompido em várias localidades na sexta-feira - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O fim de semana foi marcado por manifestações em várias comunidades que, mais de dois dias após a tempestade que atingiu o Grande Recife, ainda continuava sem fornecimento de energia elétrica pela Celpe. Pelo menos 13 protestos diferentes ocorreram. As manifestações do sábado foram em Pombos (a 60km do Recife), além de BR-232 (Moreno), Cordeiro, Beberibe, Guabiraba e Sucupira (Jaboatão). No domingo foram pelo menos oito, em Moreno, Olinda, São Lourenço da Mata, Camaragibe (Região Metropolitana) e em diversos bairros do Recife, como Dois irmãos, Mangueira e Engenho do Meio (Zona Oeste). 

Houve congestionamento, queima de pneus e até vandalismo nos arredores, como foi o caso de Bonança, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal; porém não foram dados mais detalhes sobre as extensões dos danos e ninguém foi preso (leia mais no texto ao lado). Somente na BR-101, em Igarassu, foram cinco horas de tráfego parado. 

Nos Bultrins, muita gente perdeu o que tinha na geladeira. É o caso da empregada doméstica Maria Nazaré de Oliveira, 34 anos, que perdeu R$ 99 em carnes que ela havia comprado para a quinzena da família. "Fui atrás de uma caixa térmica e gelo, mas não tem como manter assim, estão ficando podres", conta. 

Quem também teve prejuízo foi o comeciante Cristiano da Silva Marques, 19 anos. "A freezer queimou. Não tem mais o que fazer", lamenta. A tia do comerciário José Antônio do Carmo, 39 anos, faz hemodiálise em casa e a família está avaliando como contornar o problema. "Ela deveria ter garantido atendimento prioritário nesses casos. Isso é um absurdo porque pagamos nossas contas em dia e não estamos pedindo nada que não é direito nosso. Tem gente também com criança e grávidas que não têm como espantar mosquito sem ventilador. Há três dias não dormimos direito", reclama José Antônio.

FENÔMENO

Os protestos ainda entram na conta do caos que foi provocado por um fenômeno meteorológico raro, o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), na tarde da sexta-feira passada. A alteração climática provocou ventos de até 80km/h, levando à queda de 174 árvores no Recife, além da derrubada de 100 postes no Estado, e atingiu quase todas as áreas do Recife, além da Região Metropolitana. O ciclista Ricardo Batista morreu atingido por uma árvore que tombou na Avenida Rosa e Silva (Zona Norte da cidade). Em diversos pontos da cidade, o vento arrancou telhados e derrubou outdoors, enquanto a chuva causou alagamentos. Tudo isso durante algumas horas da tarde. 

A chuva e a ventania também afetaram outros municípios do Grande Recife e interior do Estado, inclusive com granizo. 

SEM ÁGUA

Segundo o último levantamento geral da Celpe, divulgado na tarde de ontem, 25 mil famílias ainda estão sendo afetadas pela interrupção no abastecimento. Além disso, a maioria das unidades da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) que estavam paradas por falta de energia voltou a funcionar. Até às 19h de ontem faltava restabelecer o serviço nos sistemas de Caixa D´Água (Olinda), Bonança (Moreno) e Muribequinha (Jaboatão dos Guararapes). Conforme o órgão, um milhão de pessoas deixaram de ser abastecidas em dez municípios do Grande Recife entre a sexta-feira e o domingo.

A Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) divulgou alerta de chuvas, hoje, na Região Metropolitana, Mata Sul e Agreste, com mais intensidade nessas duas últimas regiões.

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