Caso Beatriz

Protesto em Petrolina pede afastamento de delegado do caso Beatriz

A menina foi assassinada a facadas numa escola de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O caso Beatriz completa nove meses sábado (10)

Da Editoria Cidades
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Publicado em 09/09/2016 às 6:28
Foto: Guga Matos/JC Imagem
A menina foi assassinada a facadas numa escola de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O caso Beatriz completa nove meses sábado (10) - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Familiares e amigos da estudante Beatriz Angélica Mota, 7 anos, assassinada em 10 de dezembro de 2015 no município de Petrolina, promovem ato de protesto nesta sexta-feira (9) no Centro da cidade, localizada no Sertão de Pernambuco. Numa entrevista à Rádio Jornal, o grupo disse que vai cobrar agilidade na investigação e pedir a substituição do delegado Marceone Ferreira, responsável pela investigação. O caso Beatriz completa nove meses sábado (10), ainda sem desfecho.

O ponto de encontro da manifestação é o Monumento da Integração. De lá, todos saem em caminhada até a delegacia para falar com Marceone Ferreira. Depois se dirigem ao Fórum onde deverão pedir ao Ministério Público detalhes sobre a força-tarefa que acompanha o inquérito, conforme Edlíria Cavalcanti, representante do grupo Beatriz clama por justiça.

À Rádio Jornal, ela disse que, se o delegado encontra dificuldades para desvendar o crime deveria assumir e passar a investigação do caso Beatriz a outra pessoa. Quinta-feira (8), um dia antes do protesto, a Polícia Civil divulgou imagens de um homem suspeito de ter assassinado a criança. No vídeo aparece uma pessoa de cor negra, magra, cabelos cacheados, cerca de 1,65 metro de altura, vestindo camisa verde, calça jeans e sapatos fechados.

Beatriz foi assassinada com golpes de faca-peixeira, numa solenidade de formatura no Colégio Maria Auxiliadora. Os criminosos deixaram o corpo da garota, com ferimentos no tórax, pernas e braços, num depósito desativado de material esportivo da escola, que fica ao lado da quadra onde estava sendo realizada a festa.

De acordo com o delegado, onze testemunhas descreveram um homem com essas mesmas características próximo ao local onde a menina iria beber água. Quem tiver informações sobre o suspeito pode entrar em contato com a polícia pelo telefone do Disque-Denúncia: (87) 3719-4545.

PERÍCIA

Em entrevista coletiva na tarde de quinta-feira (8), em Petrolina, o delegado Marceone Ferreira disse que a perícia identificou DNA masculino no cabo da faca encontrada ao lado do corpo da menina. Os exames também constataram DNA masculino embaixo das unhas da criança, diferente do material coletado no cabo da peixeira. “São dois perfis distintos.”

Para tentar identificar os assassinos, a polícia fez 65 exames comparativos de DNA com suspeitos do crime. Todos os resultados recebidos deram negativos até agora. A perícia sexológica descartou a possibilidade de violência sexual contra a criança, informa o delegado. A menina morava na Bahia com a família e participava da festa de formatura da irmã. O pai de Beatriz é professor no Colégio Maria Auxiliadora.

O delegado disse que a polícia analisou 4.270 fotos fornecidas pela equipe oficial de fotografia da festa, além de fotos e vídeos cedidos por populares. Também examinou imagens das câmeras de monitoramento do circuito interno da escola, da SDS e de estabelecimentos próximos da unidade de ensino. O suspeito descrito por testemunhas aparece em imagens de câmeras instaladas perto da escola.

“As investigações continuam até encontrarmos os responsáveis pelo assassinato da criança”, afirma o delegado Marceone Ferreira. Além dos exames de DNA, traumatológico, tanatoscópico e sexológico, a polícia realizou 20 perícias em materiais apreendidos e 28 avaliações diversas, sem chegar a nenhum resultado concreto.

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