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Debate sobre plano para Vila Naval terá nova audiência pública

Moradores da Zeis Santo Amaro querem mais detalhes sobre possíveis melhoria

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Publicado em 22/08/2017 às 17:53
Filipe Jordão/JC Imagem
Moradores da Zeis Santo Amaro querem mais detalhes sobre possíveis melhoria - FOTO: Filipe Jordão/JC Imagem
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Atendendo a pedido dos moradores, uma nova audiência pública será realizada dentro do perímetro da Zeis Santo Amaro (que engloba as comunidades de Santa Terezinha, Vila dos Casados, Sítio do Céu e Santo Amaro), na área central do Recife, para discutir o Plano Específico Santo Amaro Norte. A decisão foi tomada nesta terça, durante o primeiro encontro público de apresentação da proposta urbanística para a Vila Naval e entorno, que aconteceu na Escola de Referência em Ensino Médio Ginásio Pernambucano, no bairro, e reuniu mais de 400 pessoas. A data prevista é 5 de setembro.

Com direito a intérprete de libras, telão, umidificadores e contador de tempo, a audiência durou quatro horas e meia e, além de um novo encontro, durante horário noturno para ampliar a presença de quem trabalha de dia, foram feitas várias outras reivindicações. A mais comum foi a manutenção das comunidades na área, pois muita gente está acreditando que vai ser expulsa de casa, coisa que a proposta não prevê.

“Que venha o progresso, mas não queremos sair de Santo Amaro”, declarou Marli Marques de Lima, do Clube de Mães Santa Mônica, da Vila dos Casados. Nascida no local, há 60 anos, ela entregou um documento ao secretário de Planejamento do Recife, Antônio Alexandre, pedindo creche, posto de saúde, área de lazer e a volta da Escola Almirante Tamandaré (retirada recentemente do bairro), além de garantia de 70% dos postos de trabalho na construção e no comércio que deverá se instalar na área.

Morador e integrante do Parlamento Jovem, Gabriel da Silva Alves, 19 anos, pediu a inclusão de um Centro Comunitário da Paz (Compaz) no projeto. “O bairro não tem projeto para a juventude carente, que precisa de oportunidade para ocupar a cabeça e sair da criminalidade e das drogas”, sugeriu.

Muitos se mostraram preocupados em ser realocados para imóveis pequenos, pois o plano traz diretrizes para construção de 1.101 habitações na Zeis, mas não detalha tamanhos e localização. “Moro em uma casa de 96 metros quadrados, não aceito ser retirada para um cubículo. Seu plano não vai dar certo, não vamos deixar”, esbravejou Rafaela Regina, apontando para o secretário.

NOTÍCIAS FALSAS

Morador, sociólogo e conselheiro do Recife Participativo, Osmar Morais acusou algumas lideranças da Zeis de espalhar notícias falsas sobre a remoção de casas. “Que liderem pela verdade”, cobrou. E sugeriu a inclusão de imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida no terreno da Vila Naval.

A sugestão de imóveis populares no terreno da Marinha também foi feita por urbanistas e integrantes de movimentos sociais, considerando que já há um grande adensamento populacional na Zeis e os espaços disponíveis no local poderiam ser usados para praças e serviços públicos.

Eles defenderam que a Zeis tenha seu plano específico agora, pois na proposta em questão só constam diretrizes e, portanto, as melhorias para as comunidades podem nunca sair do papel. “Se a comunidade é prioridade que invertam a ordem e comecem pela Zeis”, defendeu Paula Menezes, do Resiste Santo Amaro.

Pela proposta, o terreno da Vila Naval seria dividida em seis quadras, uma para moradia dos militares e as outras para permuta com construtoras que poderiam levantar pelo menos três edificações por quadra. Entre as melhorias na área, está o alargamento da Avenida Cruz Cabugá para segregar o corredor de BRT e instalação de um parque na margem dos rios.

COLABORAÇÃO

Sugestões serão recebidas até o dia 8 de setembro pelo email [email protected]. “Vamos consolidá-las para aperfeiçoar ou alterar o projeto. Existe uma discussão específica para a Zeis que precisa ser aprofundada com a comunidade para contemplar as expectativas existentes, mas também aproveitar as oportunidades que estão sendo geradas para a gente transformar aquele território, que hoje é fechado ao público”, afirmou Antônio Alexandre.

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