Terror

Enterro dos restos mortais de médico depende de conclusão de exames

Ainda há partes do corpo que não foram localizadas, mas perícia acredita já ser possível fazer a identificação

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 07/07/2018 às 8:38
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Ainda há partes do corpo que não foram localizadas, mas perícia acredita já ser possível fazer a identificação - FOTO: Reprodução/Facebook
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Depois de ter o corpo esquartejado, queimado e jogado no fundo de uma cacimba, onde areia, cloro e um pesado tampo de concreto tentavam esconder seu trágico fim, o cardiologista e advogado Denirson Paes da Silva, 54 anos, ainda não tem data para ser enterrado. Nem todas as partes do corpo foram encontradas e as buscas continuam sendo realizadas. Os restos mortais foram descobertos pela polícia na última quarta-feira (4), no luxuoso condomínio Torquato Castro, na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, onde ele morava com a família. A esposa e o filho mais velho estão presos, acusados pelos crimes.

“Considerando a complexidade do caso, não é possível precisar um prazo de liberação dos restos mortais, pois existe a necessidade de uma série de perícias e exames, com o objetivo de colaborar com a elucidação do crime e a conclusão do inquérito”, diz a Polícia Civil por meio de nota, salientando que “somente haverá liberação quando se encerrarem as buscas”. Além das perícias antropológica e tanatoscópica do Instituto de Medicina Legal (IML), o Instituto de Genética Forense realiza exame de DNA para comprovar se as partes são mesmo do corpo do médico.

A estimativa é de que ele seja concluído em até 15 dias. Apesar do avançado estado de decomposição das partes, a diretora da Polícia Científica, Sandra Santos, não tem dúvidas de que terá resultados conclusivos. “Hoje, as ferramentas utilizadas para identificação do perfil genético são extremamente avançadas. Nós temos um histórico de conseguir identificar todas as amostras que chegam. As contaminadas (como é o caso) só demandam mais tempo”, afirma.

As amostras serão comparadas às da saliva do filho mais novo do casal, Daniel, 20, que não teria qualquer envolvimento nos crimes, segundo a polícia. Já o horário e causa da morte dificilmente serão descobertos, segundo profissionais que trabalham no caso.

INOCENTE

O advogado Alexandre Oliveira, que defende a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, 54, mulher do médico e o filho Danilo Rodrigues Paes, 23, recém-formado em engenharia, visitou a mulher nessa sexta-feira (6), na Colônia Penal Feminina do Recife. “Ela está muito assustada e deprimida. Conversamos e ela garante que nem ela nem o filho cometeram esses crimes”, declara. Ambos tiveram prisão temporária de 30 dias decretada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Alexandre Oliveira informa que deverá entrar com um pedido de habeas-corpus ainda neste fim de semana. “Eles são réus primários, têm residência própria e formação superior, portanto, a lei lhes dá o direito de responder em liberdade. Não são perigosos. Se há medo de que fujam, usem a tornozeleira eletrônica. Prisão é a última opção.”

O HOMICÍDIO

Jussara registrou queixa do desaparecimento do marido no dia 20 de junho, alegando que não o via desde 31 de maio, mas deveria estar viajando. O casal ia viajar junto para os Estados Unidos, entre os dias 2 e 12 de junho, ele cancelou a viagem no dia 30 e mandou a secretária manter sua agenda de atendimentos na clínica particular em que atuava.

No dia 4 de julho, ao realizar buscas na casa, a polícia não só localizou os restos mortais, como marcas de sangue em três banheiros e no corredor. Jussara e Danilo disseram que só falariam em juízo e, segundo a polícia, não demonstraram sofrimento, ao contrário de Daniel. A polícia acredita que o anuncio de uma separação teria motivado os crimes.

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