Banhistas do Pina

Bloco Banhistas do Pina festeja 85 anos no Carnaval do Recife

Diretoria de Banhistas do Pina vai criar memorial para contar a história do bloco e pede colaboração da sociedade

Da Editoria Cidades
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Publicado em 02/02/2017 às 7:58
Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Diretoria de Banhistas do Pina vai criar memorial para contar a história do bloco e pede colaboração da sociedade - FOTO: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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O Bloco Carnavalesco Misto Banhistas do Pina celebra 85 anos de fundação nesta sexta-feira (3) com missa na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário e cortejo da orquestra e do coral da agremiação. Mas, além da festa, o grupo quer a ajuda da população para criar o Centro de Memória de Banhistas. Qualquer documento que conte a história do bloco – fotos, pesquisas, vídeos – é bem-vindo.

Uma roda de diálogo será realizada às 19h desta quinta-feira (2) na sede da agremiação (Rua São Luiz, 316, Pina, Zona Sul do Recife), para discutir o assunto. “Quem tiver alguma contribuição pode levar para a reunião”, diz Lindivaldo Júnior, o carnavalesco de Banhistas do Pina. “Precisamos de apoio para montar o Centro de Memória, poderemos trocar o patrocínio por espaço de propaganda no prédio”, informa.

Bloco de pau e corda tradicional, Banhistas do Pina tem certidão de nascimento registrada no dia 3 de fevereiro de 1932. A agremiação foi criada por moradores da comunidade do Bode que, alguns anos antes, haviam formado um grupo de pastoril no bairro, recorda Lindivaldo Oliveira Leite, 82 anos, o presidente do bloco. “Minha mãe, Julieta Leite, uma das fundadoras, propôs o nome”, diz ele.

“Nessa época, os maridos faziam um cordão de proteção em volta das mulheres, que saíam cantando pelas ruas”, afirma Lindivaldo Leite, mais conhecido como Vavá. A fundação de um bloco no Bode era uma ousadia nos anos 30, destaca. “Bloco era brincadeira da elite. A diversão de pobre era a troça”, declara Vavá.

As primeiras reuniões aconteciam na casa da moradora Clementina Faustino, diz Lindivaldo Leite, lembrando que o nome Banhistas do Pina carrega um tom crítico. “Naquela ocasião a elite estava fazendo banheiros na praia para banhos de mar. O nome é uma forma de dizer que os moradores do Pina já eram banhistas há muito tempo”, completa Lindivaldo Júnior, filho de Vavá.

A sede da agremiação funciona no mesmo endereço desde a fundação. “As pessoas aterraram um pedaço do mangue e construíram uma casa de taipa. Com o tempo, o material foi sendo substituído por tijolos”, diz Vavá. Banhistas tem 24 títulos de campeã do Carnaval. “Já conquistamos campeonatos sete vezes seguidas, somo hepta”, comemora Vavá. Ele promove festas dançantes o ano todo, na sede, para levantar recursos e manter o espaço físico.

HOMENAGENS

No Carnaval 2017, a agremiação presta homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Faustino (1916-1984), primeiro compositor do bloco e autor do hino de Banhistas do Pina (Lindas Praias). Ele é um dos fundadores e teria feito 100 anos em setembro do ano passado.

A festa de aniversário do bloco azul e branco do Pina tem início às 19h com a missa na Igreja Matriz do bairro. De lá, a comunidade sai em cortejo até a sede de Banhistas, ao som da orquestra de banjo, violão, cavaquinho (cordas), tarol, surdo, pandeiro (percussão), pistom, sax, clarinete e bombardino (sopro). O desfile oficial já tem data: será no Domingo de Carnaval (26), na Avenida do Forte, Zona Oeste do Recife, às 18h.

Na segunda-feira (27) Banhistas do Pina participa do Encontro de Blocos na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, às 20h. São cerca de 200 desfilantes, com fantasias variadas. “Temos cordão, diretoria, coral feminino, flabelo, orquestra e abajur, a formação caracteriza um bloco de pau e corda tradicional”, diz Júnior. A subvenção da prefeitura ainda não foi liberada.

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