Olinda

Sobra farra e falta estrutura para o Carnaval no Sítio Histórico

A folia oficial nem começou, e quem mora ou foi se divertir no Sítio Histórico de Olinda já pena com queda de energia, falta dágua e de segurança

Larissa Rodrigues
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Larissa Rodrigues
Publicado em 27/01/2018 às 19:52
Sérgio Bernardo/JC Imagem
A folia oficial nem começou, e quem mora ou foi se divertir no Sítio Histórico de Olinda já pena com queda de energia, falta d’água e de segurança - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Quem mora ou trabalha no Sítio Histórico de Olinda está apreensivo com a proximidade dos dias de oficiais de folia e a infraestrutura que a cidade vai oferecer. Depois do apagão do último domingo, em plena prévia, quando comerciantes e foliões foram obrigados a voltar mais cedo para casa, ficou a dúvida: Será que vai dar tudo certo durante a festa? Nenhum dos órgãos envolvidos na preparação adiantou como será o esquema de segurança, abastecimento de água, energia e limpeza urbana.

Secretaria de Defesa Social (SDS), Celpe e prefeitura disseram que devem anunciar tudo esta semana. Ontem a Compesa divulgou que está limpando rede coletora de esgoto em polos de animação da cidade. Mas é de água que o povo quer saber. “Não dá para contar com a incerteza, porque eu trabalho com comidas”, disse Ana Angélica do Nascimento, 39 anos, que mora na Rua Orlando da Silva, em Guadalupe, desde que nasceu. Na casa dela, tudo vira reservatório de água: baldes, bacias e até a máquina de lavar roupas. “Durante o Carnaval, geralmente chega água das 11h até às 17h. Não tem abastecimento à noite. Quem disser que tem está mentindo”, afirmou. Segundo ela, na Quarta-Feira de Cinzas a água chega às 12h e vai embora duas horas depois, já antecipando dias de racionamento. “Depois que passa o Carnaval, são de 10 a 12 dias sem água.”

SEM ENERGIA 

Os moradores e trabalhadores também estão preocupados com a falta de luz, porque nos últimos 15 dias houve entre oito e dez falhas no fornecimento de energia na cidade. “Na madrugada da última quinta faltou luz duas vezes, às 3h e às 5h30”, relatou Maria José Gomes, 82, conhecida como dona Zita, vizinha de frente de Ana Angélica. Ela não passa o Carnaval em casa porque aluga o espaço a turistas. Para não deixar os visitantes na mão, dona Zita tem três caixas-d’água que juntas acumulam quatro mil litros. Mas não sabe como os inquilinos temporários vão se virar se faltar energia, até porque para encher a caixa em cima da casa, é preciso que a bomba funcione. “Se eu estivesse aqui, ligava para aperrear (Celpe e Compesa). Espero que não haja problemas”, frisou. 

Na última quinta (25), a equipe do JC viu funcionários da Celpe trabalhando no Sítio Histórico, nas imediações da Igreja do Amparo e próximo à sede do Clube Vassourinhas, na Rua Nossa Senhora do Guadalupe.

No domingo do apagão, Robson Leão de Souza, 41, estava com o bar aberto. Ele é proprietário do Bar do Ró, ao lado da casa de dona Zita. “Tive que fechar. Estava havendo uma confraternização. A sorte é que todo mundo era conhecido. Fechamos, e não entrou mais ninguém. O medo que temos é de queimar freezer e geladeira, além da falta de segurança”, disse. Sobre segurança, a SDS informou que, por enquanto, quem responsável pela proteção nas prévias é a Companhia Independente de Apoio ao Turista (Ciatur), mas o efetivo deve aumentar no Carnaval.

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