Os últimos momentos de Jesus Cristo, como a condenação, o encontro com a Virgem Maria e a crucificação, foram lembrados pelos católicos na manhã desta sexta-feira (6) na via-sacra pública, realizada pelas ruas da Boa Vista, área central do Recife. O cortejo começou em frente à Matriz da Boa Vista, percorreu as Ruas da Conceição, Manoel Borba, José de Alencar, Edmundo Bittencourt e do Jasmim. Parou na Igreja de São Gonçalo e terminou na Igreja de Santa Cruz.
À frente da procissão, um homem tocava uma matraca, instrumento de madeira e ferro, para anunciar o cortejo. Ela substitui os sinos das igrejas e chama a atenção para a passagem dos católicos. Havia também duas imagens, uma de Jesus carregando a cruz, e outra de Nossa Senhora. Com os pés descalços e uma mantilha na cabeça, a missionária franciscana Maria Celeste Fernandes, 84 anos, acompanha a Via Sacra desde quando era criança. “A terra foi nos dada por Jesus. Representa a vida. Por isso venho com os pés no chão, descalça, para senti-la”, afirmou Maria Celeste.
A via-sacra da Boa Vista é realizada desde desde o século 18. Começou com portugueses que residiam no bairro. Em 1962, o então arcebispo de Olinda e Recife, dom Carlos Coelho, proibiu muitas das procissões quaresmais, alegando serem verdadeiros desfiles carnavalescos. Foi retomada em 1965, por dom Helder Camara, que substituiu dom Coelho na Arquidiocese de Olinda e Recife.
INCIDENTE - O motorista Paulo Eduardo Veiga de Lima, 30 anos, tentou ultrapassar a procissão na Rua José de Alencar. Ele colocou o carro que dirigia em cima das pessoas. Contido por agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), negou-se a fazer o teste do bafômetro, embora apresentasse sinais de embriaguez, conforme os guardas. Foi levado para a Delegacia da Boa Vista, onde registrou-se um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e depois o rapaz acabou liberado.