A tentativa de fazer Justiça com as próprias mãos acabou com a morte de um inocente no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife, concluiu a Polícia Civil de Pernambuco. Cristiano Severino dos Santos, de 43 anos, foi confundido com um criminoso que praticava furtos na comunidade, capturado por moradores e morto a pauladas e pedradas. Três homens e uma mulher que exerciam liderança foram indiciados pelo crime de homicídio qualificado, sem chance de defesa da vítima.
O fato aconteceu na madrugada do dia 13 de abril deste ano, mas só agora o inquérito foi concluído. De acordo com o delegado Igor Leite, a vítima era alcoólatra e estava perdido. "Um dos moradores achou que Cristiano fosse um criminoso, chamou vizinhos e uma mulher e começaram a agredir com pauladas, golpes de facão e com uma pedrada que, possivelmente, foi o golpe fatal", explicou, detalhando que o corpo da vítima ainda foi jogado em uma vala.
Com indícios deixados na área, por onde a vítima teria passado e pelo "rastro da violência" os investigadores chegaram até os suspeitos. Emarlon Ferreira de Souza Filho, de 31 anos, Alvaro Luiz de Melo, de 56, e André Luiz Francisco de Paula, conhecido como "Dé", 32, e Verônica Maria Cavalcante, de 43 anos, foram presos e confessaram o crime. "Eles se contradizem em alguns pontos, mas confessam o fato", afirmou Igor Leite. Durante a operação policial, uma espingarda foi encontrada na casa de um dos suspeitos.
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Prisão
Os quatro suspeitos foram indicados pelo crime de homicídio qualificado, sem chance de defesa da vítima. Os três homens foram encaminhados ao Centro de Triagem e Observação (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Já Verônica foi levada para a Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, na capital. O delegado informou que, com a conclusão do inquérito, foi pedido que a prisão temporária seja convertida em prisão preventiva.
Ainda para o delegado Igor Leite, mesmo que se tratasse de um criminoso, a "justiça com as próprias mãos" não deve acontecer. "Não deveria nunca ser feita dessa forma, já que há os meios legais para isso", concluiu.