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Com passaportes falsos, iraquianos são interceptados no Recife

Iraquianas e uma criança de seis anos foram abordados quando tentavam embarcar para a Espanha com passaportes falsos de Israel. Eles pedem refúgio

Da editoria de Cidades
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Publicado em 01/01/2018 às 10:49
Foto: Polícia Federal/Divulgação
Iraquianas e uma criança de seis anos foram abordados quando tentavam embarcar para a Espanha com passaportes falsos de Israel. Eles pedem refúgio - FOTO: Foto: Polícia Federal/Divulgação
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Duas mulheres e uma criança de 6 anos entraram com pedido de refúgio no Brasil e afirmaram ser fugitivos dos conflitos que tomam conta do Iraque, quando foram abordados no Aeroporto Internacional do Recife Gilberto Freyre, na madrugada do sábado (30). De acordo com a Polícia Federal em Pernambuco, as iraquianas Majida Shammo, 22, e Eida Haji, 28 (esta acompanhada do filho), foram interceptadas quando tentavam embarcar para a Espanha com passaportes falsos de Israel. Na manhã desta segunda-feira (1º), a corporação divulgou que elas chegaram a ser detidas.

As prisões aconteceram depois de um representante da Air Europa Linhas Aéreas ter comunicado à Delegacia de Imigração da Polícia Federal sobre os três passageiros. A confirmação de que os passaportes eram falsos foi confirmado por Majida Shammo. As estrangeiras não deram detalhes sobre a data e a forma como entraram no Brasil, mas alegaram que ficaram em um hotel no Rio de Janeiro, de onde foram orientadas a seguir para o Recife. Na capital pernambucana, os iraquianos embarcariam para a Europa, onde tinham interesse em pedir refúgio.

Elas ainda disseram que os dados dos passaportes são verdadeiros, mas o documento é falso porque elas não são nascidas em Israel. Também informaram que todos os passaportes falsos foram comprados por Majida com dinheiro fornecido pelo pai dela. Os documentos, que custaram US$ 100 (cada um, no casos das estrangeiras) e US$ 50 (o da criança), foram adquiridos na Turquia. Ainda de acordo com a Polícia Federal, as iraquianas demonstraram bastante interesse em pedir refúgio no Brasil e não retornar para o Iraque.

Desempregadas, elas alegaram que não existe trabalho no País nem liberdade e disseram também que teve parentes que foram mortos em guerras. O pedido de refúgio, preenchido quando as estrangeiras estavam sendo ouvidas na Polícia Federal, será encaminhado o mais rápido possível para o órgão central da PF em Brasília, onde deverá ser analisado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão responsável por analisar os pedidos e declarar o reconhecimento, em primeira instância, da condição dos refugiados.

O caso está sendo tratado como de cunho humanitário, e todas as providências necessárias para o bem-estar de todos os estrangeiros foram providenciados pela Polícia Federal, Justiça Federal, Defensoria Pública, Prefeitura do Recife e Secretaria de Defesa Social.

Interrogatório

Ao terminarem de dar depoimento, as mulheres receberam voz de prisão em flagrante, e o menor foi apreendido. Em seguida, todos foram levados para a Sede da Polícia Federal no Cais do Apolo, no Bairro do Recife, onde foram autuadas em flagrante pelos crimes de falsificação de documento público e uso de documento falso. Caso sejam condenadas, elas poderão pegar penas que variam de 2 a 12 anos de reclusão, além de multa.

Após a autuação, elas realizaram exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) e, em seguida, foram encaminhadas para a audiência de custódia. Foram liberadas pela Justiça e devem responder ao processo em liberdade. As estrangeiras ficaram provisoriamente hospedadas num hotel, no Recife, indicado pela Justiça Federal, e deverão ficar numa casa-abrigo indicada pelo Governo do Estado, a partir desta terça-feira (2), esperando a decisão do pedido de refúgio.

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