ACIDENTE

Motorista que atropelou ciclista na Via Mangue será submetido a audiência de custódia

Depoimento de testemunha, um motorista da Uber, foi fundamental para determinar a não concessão de fiança

JC Online
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Publicado em 17/03/2018 às 15:35
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Depoimento de testemunha, um motorista da Uber, foi fundamental para determinar a não concessão de fiança - FOTO: Foto: Rádio Jornal
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O depoimento de uma nova testemunha na tarde deste sábado (17), na Delegacia de Boa Viagem, foi fundamental para que o delegado Paulo Clemente determinasse a prisão em flagrante delito, por alcoolemia e tentativa de homicídio no trânsito, de um contador, de 37 anos, que atropelou um ciclista na Via Mangue, Zona Sul da cidade, no início da manhã. De acordo com a Polícia Civil, o condutor do veículo será submetido a uma audiência de custódia, procedimento que irá determinar a manutenção ou não da prisão do homem.

Por volta das 5h30, o ciclista Alan Soares, 39, foi atingido por um carro modelo Chevrolet Cruze enquanto pedalava com um grupo de ciclistas na altura do Supermercado Extra, no sentido Boa Viagem, da Via Mangue. De acordo com testemunhas, Alan estava no acostamento quando foi surpreendido pelo veículo conduzido pelo contador, e que já vinha em "zigue-zague" ao longo da via desenvolvendo alta velocidade. 

Embora, a princípio, o delegado, com base nos relatos, tivesse arbitrado uma fiança para a liberação do condutor, a tomada do depoimento de uma nova testemunha, um motorista da Uber que também trafegava na via durante o acidente, foi fundamental para que Paulo Clemente decidisse pela prisão do contador e o encaminhasse para a audiência de custódia.

Na delegacia, o condutor garantiu não ter ingerido bebida alcoólica, reclamou do tratamento recebido pela polícia e disse ter sido submetido ao teste do bafômetro por cinco vezes, mas foi desmentido pelo delegado. "Ele ficava puxando ar para dentro e os policiais informaram que ele havia ingerido bebida alcoólica. Podemos dizer que ele nem chegou a fazer o teste do bafômetro porque não seguiu o procedimento padrão para a detecção do teor de alcoolemia", atestou o delegado.

O motorista estava voltando de uma casa noturna, no Centro do Recife, e iria deixar um dos passageiros no bairro de Boa Viagem. Dirigindo um carro emprestado pela mãe de um outro amigo, o contador, que mora na Zona Oeste da capital, embora confirme que os dois passageiros que seguiam com ele estavam embriagados, disse estar dirigindo em condições normais e respeitando o limite de velocidade (60KM/H). Segundo ele, a polícia e os ciclistas, por sua vez, estão tentando incriminá-lo: "Sou pai de família, trabalhador, tenho um filho e sustento meu pai e minha mãe. Colaborei com todos eles, não me exaltei e houve um excesso de força [da polícia] desnecessário. Eu não fiz nada", frisa. "Estou sendo marginalizado por um pequeno acidente que ocorreu numa via, que permite até 60 km/h, onde eles transitam em grupos e fazem passeios. Ninguém está livre de acontecer isso. Agora estou sendo exposto em redes sociais, exposto no Instagram e minha família está sofrendo bullying", desabafou.

Os passageiros assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desacato aos policiais. Quanto à situação da vítima, o próprio condutor acredita que tudo não passou de um pequeno acidente. "O maior prejudicado fui eu. Muito mais prejudicado que ele, que só sofreu um acidente. Estou sendo preso criminalmente e minha família totalmente exposta", retrucou.

Vítima

Alan Soares faz parte do grupo de ciclistas há aproximadamente cinco anos. O último boletim médico divulgado pelo Hospital Memorial São José indica que, "dentro das primeiras avaliações multidisciplinares, foi constatada uma lesão lombar, sem representar riscos importantes no paciente". Até o início da tarde, o o ciclista encontra-se estável e permanecia sob internação para tratamento.

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