As polícias civil e militar cumpriram, nesta quinta-feira (5), um mandado de busca e apreensão na casa que seria o ‘quartel general’ de uma quadrilha especializada em assaltos a banco, no loteamento Bom Jesus, em Lajedo, Agreste de Pernambuco.
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Na residência foram encontrados duas caixas e um saco com 200 bananas longas de dinamite, dois fuzis, quatro pistolas, sendo três de 39mm e uma de 1.40. Também foram encontrados quatro cartuchos 1.50, duas jaquetas da Polícia Federal, instrumentos para arrombar bancos, uma porção de maconha e três veículos com chapas blindadas na traseira com placas de São Paulo, Paulista e Gameleira. Um quarto veículo sem blindagem, com placa de Caruaru, também foi apreendido.
Segundo o delegado Luiz Bernardo, responsável pela operação, além do material, a quantia de R$ 101.080,00 em espécie também foi recolhida pela polícia. "As notas de dinheiro encontradas, possivelmente são de explosões a caixas eletrônicos. As notas estão dilaceradas e queimadas", conta o delegado.
Especializada em roubo a banco
Um dos sinais que reforçam que a quadrilha tinha como foco os roubos a banco é a grande quantidade de grampos encontrados no porta-malas de um dos carros. Durante as investidas, os grampos geralmente são espalhados pelas rodovias para dificultar a perseguição policial. Além disso, outra coisa que chamou a atenção da polícia foram as chapas de metal blindadas no fundo dos carros. Cada uma delas tinha cerca de três furos por onde os suspeitos poderiam apontar os revólveres e atirar contra os policiais.
Os carros utilizados nas investidas são de luxo, com motor potente e blindagem. "Os veículos são de grande porte e velozes, onde eram carregados um grande aparato de poder bélico. Contabilizando tudo que recolhemos, soma um prejuízo de mais de R$ 1 milhão para a quadrilha", conta o delegado Luiz.
O material bélico encontrado mostra a forte organização criminosa da quadrilha. "Eles tinham poder de fogo para enfrentar qualquer tipo de confronto com polícia", destaca.
Jovens na residência
Duas jovens e um irmão delas, menor de idade, que estavam na residência, foram também apreendidos. Uma delas chegou a passar mal durante a ocorrência.
A mãe dos jovens afirmou não ter conhecimento do envolvimento dos filhos com o crime. “Eu trabalho na roça. Eu não tava prestando atenção na hora que eles chegam. Eles só chegam de noite. Nem eu conhecia eles. É torcer pra que eles não venham sofrer pelo erro dos outros”, afirmou a mulher.
A investigação continua
"Trabalhamos com a hipótese que este grupo seja apenas um braço de toda quadrilha. Há indícios de investidas, possivelmente feita por eles em vários municípios, inclusive fora do Estado. Também sustentamos a hipótese que existem mais materiais a serem apreendidos, já que encontramos cápsulas, mas as armas que correspondem a elas não estavam no local", destaca Luiz Bernardo.
Para a operação, cerca de 50 policiais militares e civis se envolveram. Por conta de terem fortes indícios de crimes praticados em outras regiões, com a mesma maneira de atuar, "a Polícia Civil de Pernambuco fará uma investigação em conjunto com a corporação de outros estados", pontua o delegado.