BALEIA AZUL

Baleia azul evidencia falta de serviço psiquiátrico especializado

O tema foi discutido em uma audiência pública na Alepe na tarde dessa quinta-feira (4)

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Publicado em 05/05/2017 às 8:10
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O tema foi discutido em uma audiência pública na Alepe na tarde dessa quinta-feira (4) - FOTO: Tato Rocha/JC Imagem
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Um alerta sobre a falta de serviço especializado para jovens que tentam o suicídio. Assim a presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP), Kátia Petribu interpreta a repercussão do jogo suicida Baleia Azul. O tema foi discutido na tarde dessa quinta-feira (4) por órgãos governamentais e representantes da sociedade civil em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). No Estado, sete casos estão em investigação.

Para a especialista, o jogo e a série 13 Porquês, da Netflix, que aborda a temática do suicídio, influenciaram muitos jovens a tirarem a própria vida. Apesar disso, deram visibilidade ao problema e a oportunidade a sociedade de falar sobre o assunto, que é a terceira causa de morte violenta entre os jovens, atrás apenas de homicídios e acidentes.

“Isso alerta a necessidade de abertura de serviços de saúde a nível de prevenção primária, secundária e terciária. Se um adolescente hoje tenta suicídio, pra onde vai? É atendido e depois? Vai pra casa. Ele vai conseguir consulta quando, se não tem serviço de saúde mental, sobretudo da infância e adolescência? Tem gatos pingados, dois CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e poucos ambulatórios, que não absorvem nem 5% da demanda”, criticou Petribu.

A falta de profissionais especializados também preocupa a médica Milena França, da diretoria da SPP. “Nós temos um déficit de psiquiatra da infância e adolescência. Inclusive, a pessoa especializada foi aprovada em concurso e não foi chamada. Outros especialistas estão em cargos assistenciais de adultos por falta de investimento em serviços para menores de idade”, denuncia. As filas gigantes e a longa espera por atendimento completam a lista de problemas.

RESPOSTA

O secretário de saúde do Recife, Jailson Correia, explicou que não existe um atendimento voltado exclusivamente para o suicídio, mas que as CAPS estão aptas a atender esses pacientes. “Temos duas unidades que lidam especificamente com o público infanto-juvenil e um terceiro que lida com a adição de álcool e outras drogas”, explicou. Segundo ele, quando um jovem tenta suicídio, ele é mandado de volta para casa, mas é monitorado e orientado por uma equipe de atenção psicossocial a procurar atendimento especializado.

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