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Cabeça, um documentário cênico, leva contestação do rock ao teatro

Peça do Complexo Duplo (RJ) tem sessões dias 6 e 7 de maio, no Apolo

JC Online
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Publicado em 05/05/2017 às 21:00
Ricardo Brajterman/Divulgação
Peça do Complexo Duplo (RJ) tem sessões dias 6 e 7 de maio, no Apolo - FOTO: Ricardo Brajterman/Divulgação
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Os anos 1980 representaram um período de profunda transição no Brasil. Após três décadas sob governos ditatoriais, a população vislumbrava a volta da democracia, a possibilidade de viver sem medo e repressão. Como qualquer mudança, no entanto, houve choque e essa sensação foi captada como sagacidade pela música, em especial o rock, que floresceu no período. Lançado em 1986, Cabeça de Dinossauro, dos Titãs, é considerado um dos mais pungentes discos daquele momento. É essa obra que o Coletivo Complexo Duplo (RJ) utiliza em Cabeça, Um Documentário Cênico, com sessões dias 6 e 7 de maio, no Teatro Apolo, dentro do Trema.

Dirigido por Felipe Vidal, o espetáculo estreou ano passado, como parte das comemorações dos 30 anos do álbum. Sua espinha dorsal são justamente as memórias evocadas pelo disco, que tem forte discurso crítico contra o Estado, a religião e o capitalismo, e como ele ajuda a entender o passado e o presente.

Com banda ao vivo, os artistas interpretam, em ordem, as canções do disco e o espetáculo, assim como o LP, é dividido em dois atos – lado A e lado B. Associadas à música estão projeções com momentos emblemáticos da política nacional e mundial. As memórias dos intérpretes, adolescentes à época do lançamento, também impregnam a dramaturgia, que faz parte de um projeto do grupo chamado Trilogia Paramusical (o primeiro espetáculo, Contra o Vento, homenageia os musicais dos anos 1960).

Além de Vidal, o elenco é formado por Felipe Antello, Guilherme Miranda, Gui Stutz, Leonardo Corajo, Lucas Gouvêa, Luciano Moreira e Sergio Medeiros. O espetáculo venceu o prêmio Shell na categoria melhor música.

LACUNAS

Diga Que Você Está de Acordo – Máquinafatzer, espetáculo do Teatro Máquina (CE) ganha mais duas sessões, hoje e amanhã, às 18h, no Teatro Hermilo Boarba Filho. Á obra é baseada em uma peça inacabada de Bertolt Brecht e acompanha quatro soldados desertores e a esposa de um deles isolados em uma cabana.

A dificuldade de comunicação e as tensões geradas pela convivência são o foco da montagem, que imprime visão singular sobre a obra. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia).

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