"Eram sete portas na Rua do Amparo, número 60, que era a casa dela. Lá nós fundamos a Amparo 60, que foi uma loja com um perfil diferente do que tinha na época. Era uma loja que vendia antiguidades nas primeiras duas portas. Mas existia móveis que eram desenhos exclusivos", lembra a marchande Lúcia Costa Santos sobre o espaço que abriu em parceria com a mãe, Janete Costa, em Olinda, em 1992.
"Naquele mesmo período, eu abri uma firma chamada Forja. Era só de móveis, desenhos em ferro Janete Costa e às vezes eu convidava um designer ou outro para entrar na linha. Essa fábrica teve onze anos de vida com muito sucesso aqui em Recife. Tinha também todo o garimpo que fazíamos em nossas viagens, nos antiquários. Quando íamos a Milão trazíamos alguma coisa, naquela época não existia essa importação/exportação como hoje em dia. Juntávamos o antigo com o design", continua Lúcia.
"Mais ou menos dois anos depois da inauguração nós abrimos uma loja, nas duas últimas portas, de arte popular. Eu garimpava, nesse momento já estava mais só, ia aos artesãos encomendando as coisas, sempre com muita seleção", recorda.
IDEIA
Lúcia conta que a proposta da Amparo 60 era ser um "lugar em que, qualquer coisa que você toque tenha uma beleza, uma história para contar. Que sejam coisas bacanas, interessantes. Coisas raras e não necessariamente caras".
Com o tempo, artistas começaram a ser convidados para levar suas obras para a Amparo 60. "Vendíamos obras de Zé Cláudio, Gil Vicente e outros. Não era exatamente uma galeria, mas já era a arte fazendo parte dessa grande casa. A loja tinha muita cara de casa e esta era a cara que a gente queria dar, da pessoa sentir conforto. Foram quatro anos em Olinda, ela (a loja) começou a ter muito sucesso e decidimos então vir para Boa Viagem, no espaço em que estamos hoje".
