CRÍTICA

Pixar escorrega na pista em Carros 2

Animação estreia nesta sexta-feira em todo o País

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 23/06/2011 às 6:00
Foto: AFP
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As animações da Pixar atingiram um nível de excelência altíssimo e pelo menos duas gerações de espectadores foram educadas pelos seus filmes. A cada lançamento de um longa-metragem da empresa, as expectativas vão às alturas celestiais.

Infelizmente, a escalada de sucesso da Pixar acaba de sofrer um pequeno sobressalto com Carros 2, que estreia mundialmente hoje, inclusive tomando a maior parte das salas dos Multiplex do Recife e da Região Metropolitana, com cópias nos formatos 35mm e 3D e em versões com legendas e dublada em português.

Carros 2 é de longe a mais fraca entre as 12 animações já produzidas pela Pixar. Ao contrário dos filmes anteriores, que uniram imaginação e visão de mundo em conceitos audiovisuais próximos da perfeição, a continuação de Carros não chega a ombrear com nenhum deles – muitos menos com o longa-metragem que lhe deu origem.

Em Carros 2, no entanto, pouca coisa sobrou para o codiretor John Lasseter, o chefão do estúdio, ir adiante no que já tinha mostrado no primeiro filme. Iniciar a nova história como uma paródia de aventuras de espionagem é contradizer toda a história da Pixar.

Excetuando Os incríveis, que tem lá seus probleminhas, não é do estilo da empresa cair no terreno fácil da metalinguagem (lugar bem ocupado pela Dreamworks desde o primeiro Shrek).

À investigação do serviço secreto inglês, levada a cabo pela dupla formado pelo veterano agente Finn McMíssil e a novata Holley Caixadibrita, com o auxílio do avião Siddeley, mistura-se as aventuras de Relâmpago McQueen e seu amigo atrapalhado, o carro-guincho Mate.

McQueen é convidado para participar do Grand Prix Mundial, uma nova corrida patrocinada por um empresário que está testando um combustível alternativo. Influenciado pela namorada Sally, ele convida o amigo para acompanhá-lo na turnê, que terá corridas no Japão, França, Itália, Inglaterra e nos Estados Unidos.

Como McQueen é quase um coadjuvante, a bola sobra para Mate, que é um dos personagens mais fracos criados pela Pixar. O principal conflito do filme é justamente fazer com que todos aceitem a jequice de dele, o que é difícil.

Vale ressaltar que a versão dublada tem participação dos jornalistas esportivos Luciano do Vale e José Trajano, do ex-piloto Emerson Fittipaldi e da cantora Cláudia Leite, que emprestam suas vozes aos personagens de Carros 2.

Leia matéria completa na edição desta quinta-feira (23/06) do Caderno C, do Jornal do Commercio.

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