Mais do que um bom festival, com filmes elogiados pela crítica e aguardados pelo público, o 4º Janela Internacional de Cinema do Recife é um festival relevante. Nele, além de uma inédita retrospectiva de Stanley Kubrick com qualidade de Cannes (o projetor utilizado é o Christie, o mesmo do festival francês), e longas-metragens de renome como A febre do rato, de Claudio Assis, e Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios, de Beto Brant e Renato Ciasca, estão em mostra competitiva 60 curtas de 17 países, que resumem o que de mais interessante foi feito no cinema mundial, neste último ano. A programação – que contempla desde animações stop-motion a produções em super 8, curtas premiados e inéditos, diretores veteranos e estreantes tem início este sábado (5/11), com sessões no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e São Luiz.
No primeiro programa de curtas, Camuflagem, com início às 17h30 na Fundaj, será exibido Las palmas, do diretor sueco Johannes Nyhol. Las palmas é o quarto curta-metragem de Nyhol a participar do Janela. Em 2008, dois de seus filmes integraram a mostra competitiva. Puppetboy e A história do pequeno Puppetboy ganharam prêmio conjunto de melhor filme internacional, dos júris oficial e jovem. No ano seguinte, Dreams from the woods (Sonhos da floresta) ganhou o melhor som.
Las palmas tem tudo para ser mais um premiado. No curta, a personagem principal é a filha bebê de Nyhol, que faz o papel de uma senhora tentando fazer amizades em um restaurante habitado por marionetes. A naturalidade da criança aliada à inteligência do roteiro do sueco fazem do filme um prato cheio para risos. A necessidade de agradar está pincelada de leveza e o curta termina com uma regojizante sensação de liberdade. A produção é também uma das apostas do Janelinha, novidade deste ano, com programação voltada para crianças. A primeira sessão do programa infantil ocorre domingo (6/10), às 10h30, no Cinema São Luiz.
O Cinema da Fundação também recebe, às 16h, a estreia do [projetotorregêmeas], um curta-metragem que problematiza a ocupação urbana no Recife e traz questionamentos sobre o processo de verticalização e as relações de poder estabelecidas na própria cidade. “O [projetotorresgêmeas] começou com um grupo de pessoas querendo trabalhar novas formas de produção. Nós tínhamos a prerrogativa de debater questões relativas a relação de poder dentro da cidade”, analisa Marcelo Pedroso, um dos integrantes do projeto.
Às 22h30, no Cine São Luiz, ocorre a primeira sessão da Retrospectiva Kubrick, com o filme Laranja mecânica (1971). No enredo, que une violência à música clássica (baseado em livro homônimo de Anthony Burgess), Kubrick faz questionamentos filosóficos e anárquicos, que resultam em um clássico, essencial na lista de qualquer um que goste de cinema.
Leia mais no Caderno C deste sábado (05/11) no Jornal do Commercio.
