CRÍTICA

Peter Pan volta aos cinemas em versão sombria

Filme não é adaptação do texto de J.M. Barrie, mas inspirado nos seus personagens

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 08/10/2015 às 6:00
Warner Bros/Divulgação
Filme não é adaptação do texto de J.M. Barrie, mas inspirado nos seus personagens - FOTO: Warner Bros/Divulgação
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Muita gente deve estar se perguntando pelos motivos de mais uma versão hollywoodiana de Peter Pan. A questão tem lá suas razões. Afinal, a história do inglês J.M. Barrie, escrita em 1911, já foi por demais adaptada para o cinema, para a TV e para o teatro, onde surgiu originalmente. Diante disso, voltar ao universo do escritor teria que ter, obrigatoriamente, algum sabor de novidade, especialmente para a plateia infantojuvenil. 

Esta é a ideia do cineasta inglês Joe Wright, tarimbado em versões literárias – Orgulho e Preconceito e Anna Karenina, entre outras –, que jogou tudo para o ar e fez de Peter Pan, que estreia hoje em circuito mundial, não uma adaptação, mas uma ensandecida e sombria reinvenção de um personagem que, de tão icônico, parecia condenado a ser visto do mesmo jeito eternamente.

Com extrema liberdade, o roteiro de John Fuchs se inspira no texto de J.M. Barrie: há vários personagens conhecidos, mas a história do menino que foi levado à Terra do Nunca é completamente nova. Quem se amarrar ao original pode acabar não gostando da versão de Joe Wright, ainda mais que o ritmo imprimido ao filme é o de montanha-russa, sem tempo para deixar o espectador respirar.

Sendo assim, a dupla Fuchs e Wright alopra o quanto pode. Outra liberdade, que também vai deixar os puristas de cabelo em pé, é que os habitantes da Terra do Nunca não são nativos americanos, mas uma junção de vários povos diferentes. E isso afeta, principalmente, o visual de Tigrinha (Tiger Lily, no original, interpretada por Rooney Mara), que era lembrada por todos como uma indiazinha.

É verdade que o visual extravagante também perturba em alguns momentos, já que quase todas as cenas são apoiadas em efeitos digitais. Às vezes, as situações parecem um tanto confusas; em outras, lindíssimas, como o mar de memórias, filmado como se fosse em stop motion, e as sereias com o rosto de Cara Delevingne. O 3D, por sinal, funciona maravilhosamente. Apesar de não ter sido filmado no processo, a conversão feita por Chris Parks, o mesmo de Gravidade, é genial.

Leia a crítica completa na edição desta quinta-feira (8/10) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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