CINEMA

Festival Varilux do Cinema Francês traz 19 longas-metragens

Edição de 2017 começa a partir de quarta e quinta-feiras em vários cinemas do Recife, Região Metropolitana e interior do Estado

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 03/06/2017 às 13:58
Varilux/Divulgação
Edição de 2017 começa a partir de quarta e quinta-feiras em vários cinemas do Recife, Região Metropolitana e interior do Estado - FOTO: Varilux/Divulgação
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A cada ano o Festival Varilux do Cinema do Francês fica maior e chega a novas cidades brasileiras. No ano passado, o público de 156 mil espectadores bateu um novo recorde. A edição 2017 promete ultrapassar esse número. Afinal, os 19 longa-metragens escolhidos pelos organizadores do festival vão passar em cinemas de 60 cidades, distribuídas em 21 Estados e o Distrito Federal. Em Pernambuco, a invasão francesa será ainda maior, puxada pelo Recife – terceiro lugar no ranking de espectadores em 2016 –, Jaboatão dos Guararapes e por três cidades do Sertão, Arcoverde, Triunfo e Petrolina. A programação começa a ser exibida a partir de quarta e quinta-feiras da próxima semana, no Cinema São Luiz, Moviemax Rosa e Silva, Cinemark RioMar, Cinépolis e Cinema da Fundação/Museu.

O Rio ainda continua como o centro de irradiação do festival, com a realização de um workshop de roteiro e uma mostra paralela de filmes em VR (Realidade Virtual), além de receber a comitiva de diretores e atores dos filmes em exibição. A comitiva também dá uma chegadinha em São Paulo, principalmente para participar de uma coletiva de imprensa. Mas o importante é que todos os filmes chegam aos cinemas das cidades que fazem parte do circuito, sem exceção. Para quem curte os filmes da pátria da Sétima Arte, trata-se de uma imersão razoável na cinematografia francesa atual. Este ano, o pool de distribuidoras que participam do Varilux, organizado pela carioca Bonfilm, acabou juntando uma série de filmes que privilegiam a mulher e suas lutas, sejam à frente ou atrás das câmeras.

Muitos desses filmes, naturalmente, tiveram participação nos festivais de Cannes, Berlim, Veneza e Sundance. A nova edição traz 18 longas-metragens recentes da produção francesa, além do clássico que sempre acompanha a programação. Os amantes do cinema não vão deixar de rever a cópia recém-restaurada de Duas Garotas Românticas, o segundo dos refinadíssimos musicais que Jacques Demy e sua mulher, a genial Agnes Varda – que também vem sendo considerada codiretora do filme – fizeram com Catherine Deneuve. Nascida Dorléac, Catherine atua nesse filme ao lado da irmã Françoise, que não teve sucesso igual ao dela porque morreu aos 25 anos, vítima de uma acidente de carro em Nice, no dia 26 de junho de 1967, três meses depois da estreia de Duas Garotas Românticas.

Dos 18 longas recentes, sete foram dirigidos por mulheres, algumas em seus primeiros trabalhos, como Justine Triet, Katell Quillévéré, Fiona Gordon, Noémie Saglio e Mélanie Laurent, além das já veteranas Lola Doillon e Nicole Garcia. Na Cama com Victoria, segundo longa de Justine Triet, exibido na Semana da Crítica do ano passado, deu mais destaque à Virginie Efira do que Elle, de Paul Verhoeven, que estava na Seleção Oficial do Festival de Cannes. Foi também por causa de Na Cama com Victoria que Verhoeven a escolheu para ser a freira perturbada sexualmente de seu novo filme, Blessed Virgin.

Em pelo menos 15 filmes, as personagens femininas estampam os cartazes, algumas em duplas como Tal Mãe, Tal Filha e O Reencontro. Em Tal Mãe, Tal Filha, de Noémie Saglio, Juliette Binoche faz uma mãe que se comporta como adolescente, até que ela e a filha (Camille Cottin) ficam grávidas. Lola Doillon, filha de Jacques Doillon, que está presente com Rodin, é outra mulher que fez um dos filmes mais cativantes do festival. Em A Viagem de Fanny, adaptado da biografia de Fanny Bel-Ami, Lola conta a história de uma menina judia que atravessa a França, com mais outras sete crianças, fugindo dos Nazistas.

PROGRAMAÇÃO

Uma Agente Muito Louca (2017), de Dany Boon. Com Dany Boon, Alice Pol, Michel Blanc. Comédia. Johanna Pasquali é a primeira mulher a entrar no RAID, tropa de elite da polícia francesa, mas se vê no caminho de Eugène Froissard, o mais misógino dos agentes da RAID.

Amanhã (2015), de Cyril Dion e Mélanie Laurent. Documentário. O trabalho de pessoas comuns que estão desenvolvendo projetos e soluções para transformar o mundo em um lugar melhor para se viver.

Na Cama com Victoria (2016), de Justine Triet. Com Vincent Lacoste, Virginie Efira, Melvil Poupaud. Comédia dramática. Victoria Spick, advogada, em pleno vazio sentimental, é convidada para um casamento, e lá encontra seu velho amigo Vincent, e Sam, ex-traficante, que ela conseguiu inocentar

Coração e Alma (2016), de Katell Quillévéré, com Tahar Rahim, Emmanuelle Seigner, Anne Dorval. Drama. Tudo começa ao amanhecer; três jovens surfistas em um mar furioso. Poucas horas depois, a caminho de casa, ocorre um acidente.

Uma Família de Dois (2017), de Hugo Gélin. Com Omar Sy, Clémence Poésy, Antoine Bertrand. Comédia dramática. Samuel nunca teve muitas responsabilidades e leva uma vida tranquila no litoral sul da França. De repente, ele receber a visista de um bebê, Glória, sua filha.

O Filho Uruguaio (2017), de Olivier Peyon. Com Isabelle Carré, Ramzy Bedia, Maria Dupláa. Drama. É no Uruguai que Sylvie finalmente encontra a pista sobre o paradeiro de seu filho, sequestrado há quatro anos pelo ex marido.

Frantz (2016), de François Ozon. Com Pierre Niney, Paula Beer, Ernst Stötzner. Drama. Numa cidadezinha alemã após a 1ª Guerra Mundial, Anna visita diariamente o túmulo de seu noivo Frantz, morto em batalha na França. Um dia, um jovem francês, Adrien, também deixa flores no túmulo.

Um Instante de Amor (2016), de Nicole Garcia. Com Marion Cotillard, Louis Garrel, Alex Brendemühl. Drama. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, Gabrielle encontra-se velha demais para permanecer solteira e é obrigada a casar-se com um viúvo frequentador de prostíbulos.

Perdidos em Paris (2017), de Fiona Gordon, Dominique Abel. Com Fiona Gordon, Dominique Abel, Emmanuelle Riva. Fiona, bibliotecária de uma pequena cidade canadense, recebe uma aflita e angustiada carta de sua tia Marta, uma senhora de 93 anos, que vive sozinha em Paris.

Um Perfil para Dois (2017), de Stéphane Robelin. Com Pierre Richard, Yaniss Lespert, Fanny Valette. Comédia romântica. Viúvo aposentado não sai de casa há mais de 10 anos, até que descobre as alegrias da internet e encontra uma mulher jovem e bela num site de encontros.

O Reencontro (2017), de Martin Provost. Com Catherine Frot, Catherine Deneuve, Mylène Demongeot. Drama/Comédia. Claire exerce a profissão de parteira com muita paixão. Mas preocupada com sua maternidade, vê sua vida virada de cabeça para baixo pelo retorno de Beatrice, a extravagante ex-mulher de seu falecido pai.

Rock’n Roll – Por trás da Fama (Rock’n Roll, 2017), de Guillaume Canet. Com Guillaume Canet, Marion Cotillard, Gilles Lellouche. O cineasta Guillaume Canet, com 43 anos, recebe uma crítica de uma jovem atriz dizendo que ele não é e nunca foi tão "rock'n roll" quanto pensa ser.

Rodin (2017), de Jacques Doillon. Com Vincent Lindon, Izia Higelin, Séverine Caneele. Drama. Na Paris de 1880, Auguste Rodin finalmente recebe, aos 40 anos, sua primeira encomenda do Estado: A Porta do Inferno, obra composta de figuras que farão sua glória, como O Beijo e O Pensador.

Tal Mãe, Tal Filha (2017), de Noémie Saglio. Com Juliette Binoche, Camille Cottin, Lambert Wilson. Comédia. Avril, 30 anos, casada, assalariada e organizada, ao contrário da mãe, Mado, eterna adolescente despreocupada e louca, que vive sustentada pela filha desde o divórcio. Elas se veem grávidas ao mesmo tempo.

Tour de France (2016), de Rachid Djaïdani. Com Gérard Depardieu, Sadek, Louise Grinberg. Comédia Dramática. Far’Hook, um rapper de 20 anos, se torna amigo de um padeiro do Norte da França durante um tour pelos portos da França, numa jornada que vai dar mum show em Marselha.

Na Vertical (2016), de Alain Guiraudie. Com Damien Bonnard, India Hair, Christian Bouillette. Drama. Leo está à procura de um lobo. Durante uma caminhada no sul da França conhece Marie, uma pastora de espírito livre e dinâmico. Nove meses depois, nasce o filho dos dois.

A Viagem de Fanny (2016), de Lola Doillon. Com Cécile de France, Léonie Souchaud, Fantine Harduin. Aventura/Drama. Versão dublada. Fanny, 12 anos, é cabeça dura. Mas é, sobretudo, uma menina corajosa que, escondida em uma casa longe de seus pais, toma conta de suas duas irmãs mais novas.

A Vida de uma Mulher (2017), de Stéphane Brizé. Com Judith Chemla, Jean-Pierre Darroussin, Yolande Moreau. Adaptação do romance de Guy de Maupassant sobre jovem que volta ao lugar onde nasceu após completar os estudos. Ela vai casar com um homem que mostra-se avarento e infiel.

Duas Garotas Românticas (1967), de Jacques Demy, Agnès Varda. Com Catherine Deneuve, Françoise Dorléac, Danielle Darrieux. Comédia musical. Clássico do Varilux 2017 comleta 50 anos. Conta a historia das irmãs Delphine e Solange, professoras de dança e piano, que sonham em encontrar um grande amor.

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