Heitor Martinez defende maldades de Nabucodonosor, de O Rico e Lázaro

"Ele é um rei justo", afirma o intérprete

Foto: Munir Chatack/Record TV
"Ele é um rei justo", afirma o intérprete - FOTO: Foto: Munir Chatack/Record TV

Heitor Martinez é um verdadeiro tirano na pele do rei Nabucodonosor, de 'O Rico e Lázaro', novela do horário nobre da Record. Com mãos de ferro, o rei da trama de Paula Richard comandou o império da Babilônia por mais de 40 anos, de acordo com a Bíblia. No entanto, para seu intérprete, o personagem não passa de um homem que segue as leis estabelecidas para a sociedade que pertence e governa. E Heitor o defende o quanto pode.

"Ele é um homem que deixa todo mundo ter a religião que quiser, pega um hebreu para ser o governador da província e constrói um jardim para a mulher. Que vilão é esse?", indaga.

É verdade que, após Daniel (Gabriel Gracindo) ser levado para a Babilônia, Nabucodonosor permitiu que ele seguisse com sua religião e ainda o nomeou governador geral. Além disso, construiu os lendários Jardins Suspensos para sua esposa Amitis (Adriana Garambone). Mesmo assim, sua "bondade" caminha de encontro aos próprios interesses. Se contrariado, Nabucodonosor pode ser terrível. Desde os primeiros capítulos da novela, o público vê um rei sanguinário, que tem prazer em fazer seus oponentes caírem diante de seus olhos.

"Ele é um rei justo. O código de Hamurabi é o primeiro de leis da humanidade e que foi seguido com afinco. Talvez, por isso, o Império Babilônico tenha florescido com tanto vigor. Nabucodonosor não destruía os povos conquistados, ele buscava acordos. Se não conseguisse, partia para a guerra. Mas, em qualquer momento da história, existem tribos que brigam entre si", defende.

Para se preparar, Heitor buscou diversos filmes que mostrassem confrontos diretos em batalhas, como 'Cruzada' (Ridley Scott, 2005), 'Robin Hood' (Ridley Scott, 2010) e 'Tróia' (Wolfgang Petersen, 2004). Assim, Heitor pôde observar como eram as coreografias das lutas. Na trama, uma das preocupações do rei da Babilônia é o filho, Evil-Merodaque (Kayky Brito). Seu herdeiro odeia violência e não dá valor à riqueza desmedida, o que o faz temer pelo futuro do reino.

"Vi todos os filmes possíveis. Isso coloca você em outra dimensão. Nabucodonosor é um rei guerreiro, algo que quer incutir no filho também, mas considera a descendência dele fraca Então, está sempre no conflito, ou seja, é um personagem riquíssimo", analisa.

Heitor também necessitou de uma preparação física, para encarar suas cenas de luta. O ator conta que, depois do primeiro treino com uma espada, ficou dois dias sem conseguir mexer o ombro.

"Exige demais. Ainda não estou livre das dores. É difícil mexer certas partes do corpo, mas isso serve até para o trabalho. São minhas cicatrizes. A gente teve um mês de preparação com o Jorge Só para coreografar essas batalhas", confessa, citando o conhecido "coach" de cenas de ação da Record.

Heitor destaca que Nabucodonosor é muito diferente de Apuki, feitor que interpretou em 'Os Dez Mandamentos'. Embora ambos os personagens sejam vilões bíblicos, o antigo era um medroso, enquanto o atual é um destemido guerreiro.

"Com o Apuki, eu mexia com chicote e interpretava um covarde, que não conseguia lidar com as situações. Agora não, Nabucodonosor acredita no outro. Esse é o grande diferencial. Claro que ele mata e corta a cabeça, mas isso está no código dele", compara.

Nabucodonosor é mais um vilão para a lista de Heitor Martinez. Além do rei da Babilônia e o feitor de 'Os Dez Mandamentos', ele também foi antagonista em 'Vidas Opostas', 'Amor e Intrigas', 'Ribeirão do Tempo' e 'Máscaras', todas da Record. E conta que o público o confunde com os tipos que representa.

"DEUS ME LIVRE DE FAZER MOCINHO"

"Já me enxergam como vilão. E eu adoro, Deus me livre de fazer o mocinho! Está ótimo desse jeito. Mas, se fosse para fazer um cara bom, gostaria que fosse como o Asher (Dudu Azevedo), que é cheio de mágoas. A gente vê no olho dele um sentimento de vingança e, mesmo assim, torce a favor", conclui.

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