EXPOIDEA

Pallares-Burke fala sobre o Recife de Gilberto Freyre

Pesquisadora e biógrafa de Freyre vem ao Recife também lança o seu livro O triunfo do fracasso, no domingo (20/10)

Do JC Online
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Publicado em 17/10/2013 às 5:58
Lara Victoria Cin/Divulgação
Pesquisadora e biógrafa de Freyre vem ao Recife também lança o seu livro O triunfo do fracasso, no domingo (20/10) - FOTO: Lara Victoria Cin/Divulgação
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Em tempos em que a relação afetiva entre as pessoas e os centros urbanos é um dos principais temas de discussão, talvez seja mais importante do que nunca lembrar o Recife sentimental da obra de Gilberto Freyre. Para celebrar os 80 anos de Casa-grande & senzala, a Expoidea juntou o tema desta edição, Em tudo que habito, com a produção do sociólogo pernambucano em uma palestra de uma das principais estudiosas do autor, Maria Lúcia Pallares-Burke, no domingo (20/10).

A pesquisadora, professora da Universidade de Cambridge, é autora da biografia Gilberto Freyre: um vitoriano dos trópicos, um dos mais originais estudos recentes sobre a obra do pernambucano. Além da palestra sobre o Recife de Freyre, a homenagem do evento conta com uma palestra do professor Anco Márcio Tenório sobre Casa grande & senzala, mais cedo.

“Desde muito jovem Freyre se mostrou interessado pela sociologia urbana, ao menos quando se leva em conta os livros sobre o tema que ele tinha na sua biblioteca”, conta Pallares-Burke, em entrevista ao JC. Uma das influências para o pensamento freyriano do Recife foi a produção do historiador americano Lewis Mumford, que combinava interesses sociológicos e estéticos na abordagem da cidade. “Mumford denunciava a deterioração do ambiente da cidade após a revolução industrial. Ele sempre falava da ‘não cidade’ que a industrialização gerava. Como ele, Freyre sentia uma nostalgia da comunidade medieval, um desejo que não era escapista, e sim uma visão ligada a uma utopia, a um futuro”, expõe.

Essa conexão entre passado e presente era algo essencial para Freyre, segundo ela. “Ele tinha sempre o desejo de colocar a tradição dentro do modernismo”, sintetiza. Um dos modos de investigar os centros urbanos, para o sociólogo pernambucano, era observar o que chamava de “sinais”, detalhes significativos de uma cidade como igrejas reformadas e palacetes de Boa Viagem. “Os sinais são janelas através das quais você vê o espírito da comunidade”, explica Pallares-Burke. “Ele fazia uma leitura dos sinais para até mesmo corrigir o desenvolvimento do Recife, que estava imitando os cartões-postais do Rio de Janeiro e de Paris”.

Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta quinta (17/10)

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