DEBATE

Leia Mulheres debate 'Hibisco Roxo', de Chimamanda Ngozi Adichie

Primeiro romance da nigeriana é centro da décima edição do encontro, no Recife

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 22/06/2016 às 8:30
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Primeiro romance da nigeriana é centro da décima edição do encontro, no Recife - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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A décima edição do Clube de Leitura Leia Mulheres, no Recife, vai debater a obra Hisbisco Roxo, primeiro romance da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. A autora tem se tornado referência nas discussões que envolvem a agenda feminista por causa das narrativas de seus livros e pelas famosas palestras internacionais que ministra. O encontro acontece às 19h30 de hoje, no Edifício Texas, na Boa Vista, sob mediação das jornalistas Priscilla Campos, Carol Almeida e Maria Carolina Morais, responsáveis pelo Clube na cidade.

Hibisco roxo é narrado e protagonizado pela adolescente Kambili. Aos 15 anos, a garota vive em conflito com o pai, Eugene, homem extremamente conservador, guiado por dogmas católicos e resistente às tradições da cultura nigeriana. O livro faz um recorte da realidade atual da Nigéria pós-colonial, enquanto aborda temas como machismo e racismo a partir do núcleo familiar.

A obra de Chimamanda é uma das várias contundentes já escolhidas pelo Leia Mulheres, que está em atividade mensal por terras recifenses desde setembro de 2015. A iniciativa é um desdobramento do #ReadWoman2014, movimento impulsionado pela escritora britânica Joanna Walsh para promover a valorização da literatura feita por mulheres. “Também debatemos livros que podem nos ajudar a entender a situação que vivemos hoje ou realidades que nos parecem distantes, mas cuja conexão com a nossa é estreita, a exemplo de Chimamanda”, detalha Maria Carolina Morais.

Em dez meses, o Leia Mulheres daqui já pôs em pauta escritos que vão de A Garota da Banda, de Kim Gordon, membro da banda Sonic Youth, a Quarenta Dias, de Maria Valéria Rezende, ganhador do Prêmio Jabuti 2015 de melhor livro de ficção. Machismo no meio musical e dilemas enfrentados na terceira idade estão entre os assuntos propostos pelas obras. “A tentativa é contemplar tanto escritas distintas (em prosa e poesia), quanto vozes distintas: de escritoras brasileiras, estrangeiras, brancas, negras, da cidade e do campo. Ainda não lemos uma mulher indígena, mas está nas nossas intenções”, explica Carol Almeida.

FUTURO

Sobre as conquistas até o momento, ela afirma que é cedo para analisar os resultados, mas que foram muitos os amigos e informações ganhos. Maria Carolina completa: “Ajudamos no processo de divulgação dos livros que abordamos. Mesmo que algumas pessoas não compareçam ao clube, elas vão às livrarias para comprá-los e lê-los, o que já cumpre parte do nosso papel”.

Para os próximos encontros, nomes como Micheliny Verunschk e Dôra Limeira estão entre os citados. Já o primeiro aniversário do clube, em setembro, será comemorado com um sarau e a presença de uma escritora, ainda não definida.

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