O Chevrolet Hall estava lotado, o clima era de empolgação e devoção. O show da banda norte-americana de gothic metal Evanescence tinha tudo para ser inesquecível e marcante. E foi mesmo! Comandado pela bela vocalista e pianista Amy Lee, o quinteto deixou o público extasiado e satisfeito fazendo uma apresentação pesada e impecável.
Antes porém, o também americano The Used iniciou sua apresentação às 22h em ponto. A banda une elementos do pop rock e do punk e conseguiu cativar boa parte da plateia que esperava pela aparição de Amy Lee e Cia.
Terminado o show, os fãs do Evanescence aguardavam ansiosos pela entrada dos seus ídolos. Enquanto a equipe técnica da banda ia ajustando os equipamentos, a plateia ia se divertindo e xingando algumas das próximas atrações do Chevrolet Hall que eram anunciadas nos dois telões da casa. Entre os mais insultados estava o cantor Luan Santana. No time dos celebrados, a banda carioca Planet Hemp.
Ao apagar das luzes, a histeria tomou conta do local. Afinal, o Evanescence fazia sua estreia em Pernambuco. Praticamente todas as canções tocadas pela banda foram acompanhadas a plenos pulmões pelo público, o qual era formado desde pré-adolescentes até alguns headbangers (o termo "técnico" para metaleiros) com seus 40 e poucos anos.
No repertório, músicas do elogiado CD mais recente do grupo, homônimo, lançado no ano passado, como The other side, Made of stone, Lost in paradise e My heart is broken, juntaram-se a outras mais antigas a exemplo de Call me when you’re sober, Bring me to life e a inédita If you don´t mind.
Vestida com uma saia composta por bandeiras de diversos países, além de uma pequena do Brasil e outra da Argentina presa em cada braço, Amy Lee se mostrou simpática com o público agradecendo diversas vezes. Ela chegou até a comentar a intensidade dos gritos emitidos pela plateia nordestina.
Além de cantar bem e tocar piano com boa desenvoltura, Amy Lee se movimenta muito bem no palco e consegue imprimir boas doses de emoção às interpretações das letras que ela mesma compõe.
Usando afinação em tons mais graves e distorções bastante pesadas, Terry Balsamo e Troy McLawhorn formavam eficiente dupla de guitarras metálicas. Um deles até estampava em uma de suas guitarras adesivo do também americano Slayer, certamente como forma de homenagear um dos grupos de thrash metal mais violentos e influentes do planeta.
Outro grande destaque do concerto foi o excelente Will Hunt, que além da pegada precisa e forte chamava atenção para si por conta dos malabarismos que fazia ao tocar sua bateria. O músico, inclusive, já tocou no Black Label Society (liderado pelo guitarrista Zakk Wylde, ex-Ozzy Osbourne) e chegou a substituir, em 2008, o colega Tommy Lee, do Motley Crüe, quando este sofreu uma tendinite.
Na última música do show, Amy Lee levantou a bandeira de Pernambuco para delírio dos milhares de fãs que muito provavelmente se deram por satisfeitos com o concerto dos americanos.
Veja mais no Caderno C deste sábado (13).