DONA LINDU

Orquestra Jovem e Fafá de Belém executam sinfonia de Dom Helder

Concerto aberto, regido pelo maestro Rafael Garcia, vai trazer a peça Sinfonia dos dois mundos

Do JC Online
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Publicado em 27/12/2013 às 6:31
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Concerto aberto, regido pelo maestro Rafael Garcia, vai trazer a peça Sinfonia dos dois mundos - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Na década de 1970, o arcebispo emérito de Olinda e do Recife Dom Helder Câmara decidiu criar uma sinfonia – uma forma de continuar sua luta pelos necessitados, uma constante em missas, textos e, principalmente, na sua vida. Nos versos, propôs uma reflexão sobre a realidade social do mundo e os caminhos humanos. Ao finalizá-los, procurou o padre e compositor suíço Pierre Kaelin para ajudar com a harmonia. Surgia a Sinfonia dos dois mundos, peça em seis movimentos para coral e orquestra que foi executada por todo o mundo até os anos 1990, com o próprio Dom Helder como recitante.

Neste domingo, o público recifense tem a chance de ver uma nova montagem da peça musical, executada pela Orquestra Jovem de Pernambuco com regência do maestro Rafael Garcia. O time de solistas é ilustre, com a cantora Fafá de Belém e o professor da UFPE Adriano Pinheiro, além de Frei Rinaldo, que assume o papel de desempenhado por Dom Helder. A apresentação gratuita acontece no Parque Dona Lindu, a partir das 18h.

Fafá de Belém faz as vezes de meio-soprano, papel que já havia desempenhado quando a obra foi apresentada no Rio de Janeiro, em 1985, sob a regência de Isaac Karabtchevsky. “Dom Helder participou do concerto. Eu fiquei super emocionada. Foi depois da campanha das Diretas Já, quando começávamos a viver aquela liberdade que, junto com a justiça social, havia sido uma das bandeiras dele”, relembra a cantora. A ideia era fazer uma nova apresentação em 2009, para celebrar o centenário do arcebispo, mas não foi possível. “Agora, vamos aproveitar o período das festas para mostrar a luz dessa música, que discute temas tão atuais quando a necessidade de unir primeiro e terceiro mundo e enfrentar a miséria”, ela comenta.

Animada para executar pela primeira vez a Sinfonia dos dois mundos em um espaço aberto no Recife, Fafá conta que mergulhou há 15 dias na estrutura para treinar melhor o estilo de canto erudito. “Mas é uma sinfonia para todos, simples e tocante como Dom Helder era. É uma reflexão, mas cheia de esperança e da possibilidade de renovação através do amor”, aponta a cantora. “Convido todos a chorarem comigo durante o concerto”.

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