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Com SaGrama e releituras de Gonzagão, Elba Ramalho grava DVD no Chevrolet Hall

O espetáculo Cordas, Gonzaga e afins transita pela música e teatro para comemorar os 35 anos de carreira da cantora

Karol Pacheco
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Karol Pacheco
Publicado em 25/09/2014 às 6:27
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Elba Ramalho defendeu o concerto Cordas, Gonzaga e afins, apresentado por ela nesta quinta-feira (24) no Chevrolet Hall, colocando Pernambuco como a alma do espetáculo. “É lindo, orgânico. Feito por pessoas daqui ou com ligação afetiva com o Estado. Afinal, ele carrega Luiz Gonzaga”, se orgulha. Patrocinado pelo Natura Musical, a gravação do DVD que marca as comemorações pelos 35 anos de carreira da cantora paraibana está marcada para acontecer as 21h.

Além da música, há espaço para projeção em vídeos e teatro. Em um formato que contempla diversas linguagens artísticas, Elba revista a obra de Luiz Gonzaga, assim como a de outros compositores como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil. “Todo artista, de uma forma ou de outra, já bebeu do Mestre Lua, especialmente eu, nordestina que sou. A história dele, do Sertão, se mistura com a minha. Eu nasci em um município que fica a duas horas de Exu, no interior da Paraíba. A narrativa do show é como se fosse a peregrinação do retirante desde Bodocó até o mar. O universo de Gonzaga, a gente encontra em tudo. Já os afins dele, compreende um mundo firme, que todos nós, artistas, já transitamos”, ressalta.

Elba conta que a identificação com a obra gonzaguiana é tão presente na sua vida quanto a história dos retirantes do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, cujo poema será interpretado pela atriz durante a apresentação. O percussionista Naná Vasconcelos, que fez ontem uma participação especial no primeiro dia de gravação, foi um dos que ressaltaram a veia dramática de Elba, resgatada do início de sua carreira de atriz. “Traz uma Elba que as pessoas não tiveram a oportunidade de conhecer: uma grande atriz”, afirma. Textos do dramaturgo Newton Moreno também fazem parte da montagem.

“Essa é a minha oportunidade tocar com Elba. O universo conspira para que as pessoas se encontrem”, profecia Naná. A música escolhida para o percussionista foi Braia dengosa, um maracatu de autoria de Gonzaga. Perguntado sobre sua leitura para a canção, o veterano se mostrou assegurado pela experiência: “Eu já conhecia esta música. Agora, vamos gravar. Vou ver como vai ser.” Naná tocou seu tradicional bombo acompanhado pelas alfaias das gêmeas Lulu e Aninha Araújo, as Fadas Magrinhas.

Gravitacional é uma música composta por Marcelo Jeneci já há algum tempo, mas que apenas recentemente chegou aos ouvidos Elba. “Foi composta logo depois de Feito pra acabar. Primeiro eu fiz a letra, depois a melodia. Sem uso, ela ficou meio perdida. Todo mundo sabe da minha relação com Pernambuco, já que meus avós que são daqui. Fazer parte desse espetáculo, com esses mestres, é muito especial na minha carreira, sentimentalmente falando”, relata, revelando a alegria pela escolha de Elba.

A direção musical do espetáculo é assinada por Sérgio Campelo, flautista e líder do SaGrama. O grupo pernambucano de música instrumental acompanha Elba Ramalho em todo o repertório, que contempla canções como Algodão, Sabiá e Que nem jiló, além da especialíssima Assum branco, de José Miguel Wisnik.


Ouça Gravitacional, música que foi disponibilizada no Blog Social 1.

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