HERDEIROS DA JAMAICA

Encontro celebra o reggae feito em Pernambuco

Marcelo Santana & o Comando Rasta e a banda NZambi fazem show, hoje, no Clube Atlântico de Olinda

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 06/09/2016 às 8:20
Ana Araújo/Divulgação
Marcelo Santana & o Comando Rasta e a banda N’Zambi fazem show, hoje, no Clube Atlântico de Olinda - FOTO: Ana Araújo/Divulgação
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O Clube Atlântico de Olinda será palco do  Grande Encontro Reggae Roots durante a noite desta terça-feira (6). O músico Marcelo Santana & o Comando Rasta e a banda N’Zambi, dois dos mais importantes nomes do Reggae Pernambucano, se juntam para celebrar o ritmo jamaicano trazido para os lados de cá por grupos como Os Caretas de Casa Amarela, em meados da década de 1970.

Com mais de vinte anos de carreira e oito álbuns já lançados, Marcelo volta ao Recife, depois de um intervalo de quatro anos, para a apresentar o nono trabalho, #semfiltro. Militante da música reggae também fora do Estado, ele vem à terra natal para tocar canções como Natural Roots, Eu Vim da África, Pureza de Menino e Estrela Rasta.

“Vou mesclar as músicas dos meus quatro discos de reggae com com alguns afoxés e as faixas do #semfiltro”, diz. O novo trabalho, continua ele, foi desenvolvido como um diálogo com sua formação musical. “Fui formado dentro da Música Popular Brasileira e o reggae chegou como um símbolo de resistência, de contestação. Esse disco, então, tem um pouco disso. É um CD de música popular, mas tem reggae, também, claro”. 

Morando no Rio de Janeiro há quatro anos - onde acabou ganhando maior repercussão para sua música -, ele acompanha, mesmo que de longe, o que acontece na cena recifense e acredita que eventos focados na produção autoral pernambucana são instrumentos de valorização do que ele e outros artistas começaram a fazer há décadas. 

“Ainda existe aquela coisa do ‘santo de casa não faz milagre’ e as pessoas acabam dando mais atenção ao que é de outros lugares ou a quem foi morar fora, como aconteceu comigo. Precisamos também desfazer esse mito que bons shows precisam ter uma grande atração de fora da cidade”, pontua.

Da geração mais recente, a N’zambi, filha das margens do Capibaribe, saiu do bairro da Várzea para ganhar o Brasil. Hoje, George de Souza (voz e guitarra) Paulo Ricardo (bateria e voz), Diego Ilarrás (baixo e voz) Gustavo Souto Maior (guitarra, teclados e escaleta) Mauro Delê (percussão e voz), Mister Deco (trombone e voz), Márcio Oliveira (trompete e voz) Marquinhos Ralph (sax e voz), mostram ao público o show de Pra Verdade Estremecer, terceiro trabalho dos 13 anos de históriasob influência do ska, dub, ragga, blues e música cubana.

As duas gerações ensaiam uma possível parceria para esta noite, que, se acontecer, reforça a análise do experiente Marcelo Santana. “A N’zambi é uma das bandas que continua com um trabalho muito bom. Sinto que a semente que plantamos está germinando. Estamos nos preparando para tocar com muito carinho”, encerra.

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