IDENTIDADE

Grupo Risoflora faz mix bem dosado de popular e erudito

A maioria das oito mulheres integrantes do grupo se conheceu ainda no início dos estudos na Orquestra Criança Cidadã (OCC)

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 05/02/2017 às 6:00
Foto: Leandro Lima/Divulgação
A maioria das oito mulheres integrantes do grupo se conheceu ainda no início dos estudos na Orquestra Criança Cidadã (OCC) - FOTO: Foto: Leandro Lima/Divulgação
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A flor do mangue a quem Chico Science dedicou a 11ª faixa do álbum Da Lama ao Caos (1994) agora dá nome à busca de jovens musicistas pernambucanas por sonoridade original. Formado há pouco menos de seis meses, o Grupo Risoflora é a junção das identidades garimpadas por Wanessa Mouta (vocal), Calini Brito (primeiro violino), Kaylla Duarte (segundo violino), Letícia Ferreira (viola), Amanda Lopes (violoncelo), Eduarda Silva (contrabaixo), Dannielly Yohanna e Micaele Cristina (percussão) desde a infância. A maioria das garotas se conheceu quando ainda engatinhava na teoria e prática da música de câmara, ensinada na Orquestra Criança Cidadã (OCC), onde estão desde o início do projeto, em 2006.

A princípio um quinteto de cordas friccionadas, idealizado por Amanda, o grupo teve percussão e voz incorporadas para então reler frevo, baião, coco, xote e outros gêneros populares nordestinos, promovendo visibilidade para a cultura da terra interpretada por artistas mulheres. “A gente queria botar apenas mulheres pra tocar numa formação como essa, onde geralmente há muitos grupos de homem. A única referência feminina que tínhamos era o Flor de Muçambê [grupo oriundo da Orquestra Jovem do Conservatório Pernambucano de Música que toca forró com violino, viola e violoncelo]”, detalha Gabryella Boudoux, produtora do Risoflora. 

Estudante de música desde os 12 anos, a percussionista e violinista Micaele, hoje aos 21, vê o grupo como o primeiro passo concreto de uma carreira profissional na música. “A gente se ouve, se doa ao grupo, conversa e chega a um consenso. É muito bom”. Os arranjos, conta ela, são pensados junto a também percussionista Dannielly.

PLANOS PARA 2017

Tendo as primeiras apresentações focadas, de maneira geral, nos ritmos conterrâneos, a exemplo do clássico baião Asa Branca, de Luiz Gonzaga, o Risoflora agora prepara o projeto Elas Por Elas, com repertório restrito à obras de compositoras brasileiras, variando do samba da maranhense Alcione ao axé da baiana Ivete Sangalo. O novo show subirá ao palco ao longo de 2017 e deve dar origem ao primeiro registro do trabalho em álbum, que as garotas pretendem inscrever no edital Funcultura 2017.

“Os ensaios têm acontecido no contraturno da Orquestra, às quartas-feiras à noite, geralmente na casa de uma delas. Algumas já estão na universidade, então temos nos organizado pra não chocar os horários. Cada uma coloca um pouco da bagagem que acumulou e a troca final acontece no palco”, analisa Gabryella Boudoux. “Elas estão nunca fase em que saíram da infância e estão procurando se profissionalizar, o Risoflora, então, é um projeto independente e resultante desse desejo”, encerra.

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