SHOW

Jorge Benjor reafirma grandeza de sua obra em projeto da Nívea

Com ele, Céu e Skank, a turnê Viva Jorge Benjor chega a seis capitais

JOSÉ TELES
Cadastrado por
JOSÉ TELES
Publicado em 16/03/2017 às 8:06
Foto: Léo Aversa/Divulgação
Com ele, Céu e Skank, a turnê Viva Jorge Benjor chega a seis capitais - FOTO: Foto: Léo Aversa/Divulgação
Leitura:

RIO DE JANEIRO* -­ Para chegar até a estreia do show Nivea Viva Jorge Ben Jor, que teve pré­estreia, terça, no Rio, a banda Skank, a cantora Céu e o homenageado realizaram 32 ensaios. Apenas dois com Jorge. Talvez tenham sido até muitos. O melhor bloco do espetáculo, com 35 músicas, incluindo pot­-pourris, cerca de duas horas e meias de duração, é quando Benjor entra com a banda do Zé Pretinho pra animar a festa, com o Skank e Céu. Aos 74 anos, o carioca de Madureira canta e toca com uma vitalidade de 55 anos atrás, quando estourou com Por Causa de Você, Mas que Nada e Chove Chuva.

O Vivo Rio, onde tem acontecido as estreias deste projeto musical da Nívea não esteve tão lotado quanto na edição do ano passado, que homenageou o rock nacional, abrigava celebridades o suficiente para fazer a festa dos blogs e colunas de amenidades. Com este projeto, a Nívea leva shows de qualidade, aberto ao público, para várias capitais brasileiras, e tem como objetivo o entretenimento, portanto o repertório capricha nos hits.

Este Viva Benjor, não foi diferente. Skank abriu com O Dia em que O Sol Declarou seu Amor pela Terra, mais conhecida como Eu Sou o Sol (1981) e Samuel Rosa convidou Céu ao palco, e foram juntos de País Tropical (1968). Céu fez então a sua participação mais destacada na noite, interpretando Cabelo (1989, parceria com Arnaldo Antunes), e Que Pena, coincidentemente, ambas gravadas por Gal Costa, em duas versões antológicas. Céu, no entanto, fez interpretações contidas, não parecia à vontade diante de uma plateia que não é exatamente a dela.

Por ali estavam estrelas da MPB, Gilberto Gil e Erasmo Carlos, figurões do show bizz nacional, André Midani (que foi saudado por Ben Jor, quando cantou Taj Mahal) e Boni. Talvez não tenham influenciado a participação da cantora, mas ela foi o ponto fraco do show, apesar de ser um dos talentos vocais da nova geração da música brasileira. Precisava se soltar mais tanto em presença de palco, quanto na voz. O Skank não pretendeu reinventar a obra do homenageado, imprimiu a elas um ritmo de festa, no bloco em estava só no palco, em Menina Mulher da Pele Preta e Balança a Pema, soava como um grupo de baile, sem afetação tocando para a plateia dançar.

Num momento, Samuel incitou à dança, gritando para o público que o grupo tinha tomada todas as vacinas, portanto o pessoal podia se aproximar do palco. Boa parte caiu na dança. Samuel Rosa lembrou que Jorge Benjor foi uma das principais influências da geração anos 90, e isto era palpável na primeira parte dos espetáculos, algumas composições, Umbabarauma, Menina Mulher da Pele Preta, A Minha Teimosia É uma Arma pra te Conquistar, tocaram pouco quando lançadas pelo autor, sendo redescobertas nos anos 1990.

ZÉ PRETINHO

Jorge Benjor adentra o palco com sua banda (na qual, no contrabaixo, estava Dadi, o diretor musical do espetáculo),  reforçada com o Skank e seu naipe de metais. E o show cresceu. Numa rápida coletiva antes, ele quase entra mudo e sai calado. Limitando­-se a "Um pode ser" e a um "Será, será". No palco ele está em seu habitat, não apenas canta cada vez melhor, imprime uma levada inimitável na guitarra Fender e mistura os hits numa combinação exata. Metade do show teve a presença de Benjor no palco, sozinho, com Céu, com Skank ou com ambos, mas sempre contagiante. Até tocou música pouco conhecidas, feito Quero Toda Noite (2011) gravada por Fiuk, com participação de Benjor (que tem três parceiros nesta canção), ou a obscura Cadê o Pênalti (1978), que o Skank gravou no primeiro álbum, e fez com Jorge Benjor uma ótima versão no palco.

Com belas projeções durante as canções, um repertório para ser cantado em coro, o Nívea Viva Jorge Ben, no entanto, precisa de alguns ajustes antes de cair na estrada. A turnê começa em Porto Alegre, no dia 2 de abril, e termina em São Paulo, em 25 de junho. No Recife, acontece em 21 de maio, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem.

*O jornalista viajou a convite do Nivea Viva Jorge Ben Jor

Últimas notícias