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Público lotou a Praça do Carmo e dançou ao som do Mali e da Sérvia no Festival Mimo

Emir Kusturica e Vieux Farka Touré foram as atrações principais da segunda noite do festival neste sábado (18)

JC Online
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Publicado em 19/11/2017 às 4:22
Foto: Valentine Herold/ JC
Emir Kusturica e Vieux Farka Touré foram as atrações principais da segunda noite do festival neste sábado (18) - FOTO: Foto: Valentine Herold/ JC
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Após uma manhã e uma tarde dedicadas à etapa educativa do Festival Mimo, a noite deste sábado (18) em Olinda começou tomada pela poesia. Às 18h aconteceu a tradicional Chuva de Poesia na Igreja da Sé, em que poemas impressos em papeis coloridos são jogados do alto do local e, desta vez, os versos compartilhados com o público foram exclusivamente de mulheres, como as poetisas Hilda Hilst, Ana Cristina César, Rupi Kaur ou ainda Safo, entre outras. A "chuva", entretanto parece ter feito apenas o tempo lírico abrir no evento que nasceu há 13 na cidade.

A programação continuou simultaneamente com concertos nas igrejas - como os de Salomão Soares ou Zé Manoel - e a Mostra de Cinema, que se dividiu entre a Tenda da Ribeira e o jardim da Igreja da Sé. Já do lado de dentro do local aconteceu uma das apresentações mais aguardadas da noite, a do 3MA, trio formado por Ballaké Sissoko, Driss El Maloumi e Rajery. O nome do grupo foi escolhido a partir nacionalidades de cada dos integrantes: Mali, Marrocos e Madagascar. As batidas e melodias desses diversos países do continente Africano começaram a reverberar em Olinda às 20h30 e o encanto gerado pelos músicos no público local durou cerca de uma hora.

PALCO PRINCIPAL

Foi com uma Praça do Carmo lotada que Vieux Farka Touré iniciou sua apresentação às 22h. Vindo do Mali, o guitarrista se apresentou ao público pernambucano logo após a primeira música e perguntou como se dizia "good evening" em português. A ajuda foi em uníssono, e a conexão Mali-Olinda estabelecida naquele instante. Acompanhado de apenas dois músicos, o exímio instrumentista encantou a plateia que, mesmo não familiarizada com as canções, dançou e vibrou ao longo de todo o show - que durou um pouco menos de uma hora e meia.

Enquanto a público aguardava a próxima atração, o DJ Montano apostou principalmente na música local e fez Luiz Gonzaga, Orquestra Contemporânea de Olinda, Alceu Valença e outros ecoaram pela cidade alta. Pontualmente às 23h45 teve início ao impecável show de Emir Kusturica. O servo, muito conhecido pela sua atuação como cineasta, veio acompanhado de seu numeroso e animado grupo The No Smoking Band, formado por metais (trompete e saxofone), bateria, percussão, guitarras, baixo, teclado, violino e acordeon.

A inusitada amálgama instrumental resultou no som único de folclore com riffs de guitarras através do qual ficar parado não parecia nem ser uma opção. Em muitos momentos, Kusturica tentava estabelecer contato tanto em inglês como espanhol com o público que, receptivo, chegou a pedir bis no fim do show (que infelizmente não foi um pedido atendido).

Entre roda punk e subidas de fãs ao palco, houve até saída dos músicos do palanque para integrar a multidão, tocando e dançando junto ao público. O enérgico e envolvente show dos servos foi encerrados por volta de 1h e deixou, entre os que se dirigiam à saída da cidade ou às festas "after" do festival, um pequeno saudosismo.

O Mimo segue até este domingo (19), com debates, exibições de filmes e concertos. Quem encerra a edição 2017 do festival é o pernambucano Otto, a partir das 19h30 na Praça do Carmo. 

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