Biografia

Whitney Houston: quando o sucesso vira tragédia

Vida da cantora foi um conto de Cinderela ao contrário

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 07/05/2013 às 8:25
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Uma história de Cinderela que, do meio para o fim, se transforma em filme de horror B. Em síntese, é assim a biografia Whitney Houston, do jornalista Mark Bego (tradução de Maíra Contrucci Jamel), livro que inaugura o catálogo da Sonora Editora, que se propõe a ser uma das poucas do ramo, no Brasil, direcionada exclusivamente para a música. Em 11 de fevereiro deste ano foi noticiada a morte da cantora Whitney Houston, que faria 50 anos em 9 de agosto de 2013.

A causa mortis foi drogas. Mas não as que a fez perder o prumo e a carreira, e sim remédios prescritos por médicos para que ele conseguisse manter o controle. No auge do envolvimento da cantora, e do marido, o também cantor Bobby Brown com drogas, ela gastava 2.500 dólares por dia de maconha e cocaína ou crack. Uma fortuna, MS não para Whitney Houston. Em 2001, quando ela já se tornara uma das junkies mais notórias do mundo artístico, a gravadora Arista renovou seu contato por uma soma até hoje recorde: 100 milhões de dólares. O passado de Whitney Houston justificava a soma.

Seu álbum de estreia, pela Arista Records,intitulado simplesmente Whitney Houston, em 1985, vendeu 22 milhões de cópias. Mas ela faria melhor. Em 1992, a trilha do filme O guarda-costas (estrelado por ela e Kevin Costner), vendeu 34 milhões de unidades. E aí a história de Whitney Houston leva a reflexões sobre a história da indústria do disco. Nos dias atuais, não haveria mais espaço para tantos excessos. Whitney Houston, assim como Elvis Presley ou Michael Jackson, foram vítimas do próprio sucesso.

Chegaram a um ponto que não tinham mais como satisfazer fantasias materiais, passaram a outras satisfações. Não por acaso, os três morreram vítimas de drogas legais. A diferença de Whitney Houston para os dois, é que ela não comprou carrões, pedras preciosas e sexo feito Elvis, nem gastou dólares em caprichos pueris feito Michael Jackson. A biografia de Mark Bego. No entanto, não passeia por análises. Ele se restringe ao jornalístico. Escreveu um livro de fatos e constatações. Fez um livro como uma grande reportagem.

Whitney Houston estava fadada a ser uma estrela. Sua mãe Cissy cantou do bem-sucedido The Sweet Inspirations, que está no backing vocals de grande parte da música de Aretha Franklyn, e outros grandes nomes do soul. Aretha é sua madrinha de batismo, Dione Warwick é prima de Whitney. Ela começou a frequentar os estúdios ainda na barriga da mãe. Começou a se apresentar em público quando era criança, mas só se profissionalizou aos 16, inicialmente como modelo. Foi capa de grandes revistas, como a Cosmopolitan, e desfilou nas passarelas mais refinadas de Nova Iorque, mas a música corria no seu sangue.

Seu destino era o palco, não as passarelas. Ela já estava suficientemente reconhecida como ótima cantora, quando foi descoberta pelo midas Clive Davis. Ele foi o responsável pela modernização da CBS (atual Sony Music), contratando nomes como Janis Joplin, Santana e Sly Stone. Em 1974 fundou a Arista Records, em que criou novas e recuperou velhas carreiras. O tratamento que deu a Whitney a Houston seria impensável pelos padrões do mercado e da indústria fonográfica: um investimento de dois anos e milhares de dólares. Plenamente recompensados.

BOBBY BROWN

Whitney Houston tinha tudo, menos um namorado. Não bastava ser a linda e saudável namoradinha da América. Seria então uma namorada? Especulou a imprensa, o relacionamento com Robyn Crawford, sua secretaria. Ambas sempre negaram. Mas a moça morava na mansão de Whitney. Ela se mudou para uma casa próxima, em 1992, quando Whitney Houston casou com Bobby Brown, famoso bad boy, ex-vocalista do grupo New Edition, espécie de versão black do New Kids on the Block.

A partir de 1993, Whitney Houston ganha de qualquer junkie do rock and roll. Nem Keith Richards, nem Sid Vicio us, nem Kurt Cobain foram páreos. De interromper no início um show prive num cerimônia de casamento coletiva (para 2500 casais), da seita do reverendo Moon, a ser convidada a se retirar pelo elegante Burt Bacarach de um ensaio em que seria homenageado por grandes cantoras na entrega do Oscar.Maconha com crack, as vezes fumados durante dois dias seguidos, a deixaram com 40 quilos. Ela a Bobby Brown viajavam com um mapa dos EUA para não entrar em estado onde ele tivesse mandado de prisão expedido. Os dois foram personagens do mais constrangedor momento da TV americana em todos os tempos, segundo um crítico, o reality show Being Bobby Brown.

“Depois de quase cair n palco, ela dançava de forma instável, percebendo que perderia o equilíbrio. Claramente havia algo errado, com seu vestido de lantejoula, que ela ajeitava a toda ora, estragando ainda mais os enfeites. Cada vez que tentava arrumá-los fazia mais estragos na peça”. Descrição de uma das muitas aparições desastrosas da estrela em público, esta no especial de 14 anos a Arista Records, em 2004. Just Whitney, o primeiro disco do contrato de 100 milhões de dólares, vendeu apenas 700 mil cópias. A historia poderia terminara aí.

Mas em 2006, ela se divorciou de Bobby Brown, voltou a ser produzida por Clive Davis, e fez um bom e bem-sucedido disco. A voz já não era a mesma concordaram todos os críticos. Quando morreu na banheira do hotel Hilton, em Los Angeles, ela se preparava para ir à a uma já tradicional festa promovida por Clive Davis, um dia antes da entrega do Grammy. No melhor estilo o show não pode parar, a festa aconteceu no mesmo dia da morte de Whitney Houston.

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