BOLADONA

Tati Quebra Barraco quer 'causar' em apresentação no Clube Metrópole

A funkeira carioca, em meio a dúvidas sobre novos estilos musicais em sua carreira, promete muito pancadão e tamborzão na noite desta segunda (20)

Germana Macambira
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Germana Macambira
Publicado em 20/04/2015 às 6:50
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A funkeira carioca, em meio a dúvidas sobre novos estilos musicais em sua carreira, promete muito pancadão e tamborzão na noite desta segunda (20) - FOTO: Divulgação
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“Minha raiz está no pancadão. Não tem isso de ter virado uma cantora mais light. Sou a Tati Quebra Barraco de sempre.” As primeiras palavras da funkeira carioca na entrevista ao Jornal do Commercio deixam claro de que lado ela sempre esteve – e permanece. E que a sua opção “pancadão e boladona” continua a todo vapor. Hoje à noite, no Clube Metrópole, com o show do novo trabalho Se liberta, ela promete apresentar a fórmula que a projetou no cenário nacional. “Vou chocar o público. Com o repertório novo, com o velho e com algumas surpresas.”

As incertezas surgidas sobre a continuidade da funkeira no ritmo pancadão, vieram depois que o seu último trabalho foi lançado, ano passado. Nas 12 faixas do disco, o carro-chefe ainda é o funk – mesmo que, desta vez, a pegada tenha vindo com mais leveza, em se tratando das peculiaridades peso-pesadas de Tati. 

O sobressalto maior está no samba De alma limpa, que contou com a participação de Péricles. Já com a também sambista carioca Hellen Caroline, Tati gravou Sexto sentido. “É na base do se colar colou. Eu quis tentar outros ritmos e o resultado foi bom. Mas que fique claro, eu continuo funkeira”, diz com sinceridade. Não há porque duvidar. Os hits Tô pegando pai, tô pegando filho e Receita do prazer deixam claro que a expoente do funk não perdeu as origens.

A todo vapor nos bailes do Rio de Janeiro, o ritmo carioca do início dos anos 2000 criou identidade própria e se distanciou da batida politizada do DJ Marlboro (do hit Feira do Acari) e da pegada melodiosa dos irmãos Claudinho e Buchecha. A conotação erótica ganhou espaço e o pancadão – ou o tamborzão, como Tati Quebra Barraco – prefere chamar, passou a predominar. 

“Eu comecei com essa história de cantar sem medo de mostrar a liberdade da mulher. Essa é a ideia do funk: chocar, pegar pesado. Outros ritmos fazem a mesma coisa. Mas, como o funk é da periferia, caem em cima. E isso estimula que a gente cause ainda mais”, protestou a funkeira, numa conversa onde os palavrões reinaram.

A cantora vai fazer sua estreia na Metrópole, que já recebeu nomes como Waleska Popozuda e Ludmila. Mas a promoter e empresária Maria do Céu confessou que sentia falta de uma “quebra barraco” para completar os nomes “que causam” na boate. “A proposta da casa é fazer as pessoas dançarem. E o som da Tati é perfeito para isso. Ela vem com tudo e é isso que todos esperam dela. Além do que, aproveitá-la nesse momento de autoestima elevada, vai tornar a sua apresentação, ainda mais especial”, comentou.

FEMINISMO

“Não sou feminista. Canto as letras porque gosto delas e, no funk, a ideia é chocar mesmo”, admite a cantora.

Mas em músicas como Na minha vida mando eu e Direitos iguais, por exemplo, fica clara a intenção da funkeira de ressaltar a liberdade e o poder de decisão da mulher. É uma defesa dos direitos da mulher, mesmo que ela, conscientemente não levante bandeiras. “Não tem essa de santinha, de ficar dentro de casa, eu lavando e passando e você na cachorrada. Os direitos são iguais”, canta ela.

“Tem letra falando de mulher em qualquer ritmo. Não me apego a essas coisas. Apenas canto. Quem tem boca diz o que quer”, completa, com bom humor.

Depois de quase duas décadas de estrada, a funkeira Tati Quebra Barraco gravou o seu primeiro clipe: a música Se liberta. Com um histórico de cirurgias plásticas e consideráveis quilos mais magra, ela afirmou estar numa fase de admiração do próprio corpo. Razão suficiente para investir em outras possibilidades na carreira, como a participação em um reality show só de funkeiras, com estreia prevista para o dia 25 de maio, no Canal Fox. 

“Vou ser a mentora de outras cinco meninas do funk. Um formato que ninguém havia pensado antes. Vamos projetar o ritmo. Merecemos isso. Não posso adiantar muita coisa, mas é certo que vamos chocar muito.”

Ainda dentro das novidades que ela guarda para este ano, está a gravação do primeiro DVD. O trabalho deve mesclar os primeiros sucessos e os mais recentes – sem, é claro, esquecer de eventuais surpresas que possam surgir. “Não gosto de me prender a nada. Sou livre e me permito fazer o que eu quero. Vou inovar sempre que achar que devo”, finaliza. 

Conheça o clipe oficial do novo trabalho da funkeira, Se liberta:

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