Que rufem os tambores: sim, vai ter macumba para celebrar os três anos de atividade sonora do Baile Perfumado, às 22h desta sexta-feira (10). Mas os batuques não são, somente, para “te amarrar”, conforme dita o pernambucano Johnny Hooker, convidado especial da festa ao lado da paulista Tulipa Ruiz. “Se quiser dançar / Posso te ensinar”, canta Hooker na música Vou Fazer uma Macumba pra te Amarrar, Maldito!, homônima ao seu disco de estreia que compõe o repertório de hoje – a proposta dançante cabe bem ao novo trabalho de estúdio de Tulipa, Dancê, que ela apresenta no aniversário da casa de shows.
Johnny volta ao Recife com o reconhecimento nacional conquistado nos últimos meses – tendo a televisão como chave, senão janela. Além de ter participado de trilhas sonoras das novelas globais Geração Brasil e Babilônia, é dele o troféu de Melhor Cantor no 26º Prêmio da Música Brasileira. “Tá vendo essa cara de felicidade? Tudo isso é porque nesta sexta chego em Recife para comemorar a vitória”, postou no Facebook.
Dialogando ainda com o cinema pernambucano, através de Volta, trilha do longa Tatuagem, de Hilton Lacerda, Hooker não deixa de olhar para a musicalidade da periferia recifense. Nesta mesma canção, cujo clipe é protagonizado pelo ator Irandhir Santos, é o brega que toma conta. E o suingue continua em Alma Sebosa, que esquenta os ouvidos, quadril e corações.
Tulipa chega ao seu terceiro disco. Depois do florestal Efêmera (2010) e do carismático Tudo Tanto (2012) – adjetivos que cabem à autora – sua voz tão plural quanto teatral desbrava as pistas em Dancê. “Começou!”, da música Prumo, é o grito inicial do álbum produzido pelo irmão e parceiro-mor da cantora, Gustavo Ruiz. Também dão o ar da graça os amigos da nova cena paulistana Marcelo Jeneci e, do Metá Metá, Kiko Dinucci e Juçara Marçal, além do paraense Felipe Cordeiro. Destaque para a canção Tafetá, para e com o pianista e compositor João Donato.
Tulipa é musical desde o nome, poética desde o berço, e vice-versa – o que se reflete em sua voz e performances ao vivo. Não é um disco para ficar parado: nem mesmo o encarte – o que dirá o show.