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Gonzaga Leal e Alaíde Costa finas porcelanas musicais

Porcelana, o disco, será lançado hoje, com um pocket show

Do JC Online
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Publicado em 18/02/2016 às 2:31
Foto: Divulgação/Flora Pmental
Porcelana, o disco, será lançado hoje, com um pocket show - FOTO: Foto: Divulgação/Flora Pmental
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Leve e delicado como a porcelana que lhe dá nome é o álbum que será lançado por Alaíde Costa e Gonzaga Leal, hoje, na Passa Disco, na Estrada do Encanamento, a partir da 19h, em noite de autógrafos com direito a pocket show da dupla. Sábado, a dupla faz o show completo na Creperia Rouge, na Praça de Casa Forte. Gonzaga Leal costuma atrair para a música pernambucana nomes consagrados da MPB. Uma lista tão longa que enumerá­los tomaria tempo e espaço. Antes deste Porcelana, ele já teve em seus oito discos o percussionista Naná Vasconcelos, por mais de uma vez, Ná Ozzetti, Luiz Tatit, Woleide Dantas, maestro Spok, Teca Calazans, Olívia e Francis Hime e, pela segunda vez, Alaíde Costa.

A afinidade entre os dois vem de antes do conhecimento pessoal. Gonzaga já curtia o canto de Alaíde Costa Silveira Mondin Gomide, carioca da classe de 1935, que vem espargindo belezas numa carreira que, em 2017, completa 60 anos, contando­se do primeiro disco, que lhe rendeu a honraria de Revelação do Ano de 1957. A primeira vez que Alaíde Costa gravou com Gonzaga Leal foi há dez anos, no medley Voz de Mulher (Sueli Costa/Abel Silva) e Meiga Presença (Paulo Valdez/Octávio de Moraes), no disco E O Nosso Canto é Prazer. Em 2012, se encontraram no palco do Santa Isabel, no Janeiro de Grande Espetáculos, para cantar Capiba, cujo repertório não carnavalesco, incluindo a lendária Valsa Verde, o pernambucano resgatou no refinado Gonzaga Leal Cantando Capiba ... E Sentirás o Meu Cuidado.

Quando Se Vai um Amor, uma das faixas desse disco, é revisitada em Porcelana, que deve ser visto com uma homenagem especial à Alaíde Costa, que vem sendo festejada desde janeiro de 2015 pelos 80 anos (completados em 8 de dezembro). Não apenas pela idade, obviamente, mas pela história. Alaíde Costa foi da bossa nova quando o novo estilo de fazer samba sedimentava­se. O convite para se unir aos bossa­novista veio de João Gilberto, que a ouviu no estúdio, gravando seu segundo 78 rotações. Negra, suburbana da Zona Norte, Alaíde Costa foi uma exceção no grupo da bossa nova, mas assina parcerias com Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Da mesma forma, entrou no Clube da Esquina, seleta confraria de maioria mineira. Fazm no álbum Clube da Esquina, de 1972, um antológico dueto com Milton Nascimento em Me Deixe em Paz, gravação que a trouxe novamente para a vitrine da MPB.

Porcelana é um dos discos mais diferentes na discografia de Gonzaga e Alaíde. O cantor e produtor pernambucano sabe selecionar repertório como poucos no Brasil. Passa a bateia em veios onde não se encontram apenas pepitas douradas, mas também pérolas, e dessa vezes refinou ainda mais a garimpagem, estendendo­se até terras dalém mar. "Tiago Torres da Silva, um compositor português que tem várias parcerias com nomes importantes da MPB, mandou uma composição dele para Alaíde. E, agora, sugeriu uma versão lusitana de Porcelana. Um disco com conceito parecido, mas apenas com músicas portuguesas. Ele é uma pessoa bem relacionada em Portugal, é também de artes cênicas. Pelo que combinamos devemos ir em novembro para Lisboa, eu Alaíde e Claudio Moura, que fez a direção musical do disco", revela Gonzaga Leal. 

(leia matéria na íntegra na edição impressa do Jornal do Commercio)

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