NAS TELAS

Gabriel Leone, no ar em série de TV, aguarda duas estreias no cinema

O ator está no elenco de Piedade, de Cláudio Assis, gravado em Pernambuco

Adriana Victor
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Adriana Victor
Publicado em 21/04/2017 às 7:00
Mauricio Fidalgo/Globo/Divulgação
O ator está no elenco de Piedade, de Cláudio Assis, gravado em Pernambuco - FOTO: Mauricio Fidalgo/Globo/Divulgação
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A música pode ser bem o fio condutor da vida de Gabriel Leone – ainda que o ofício de ator molde a cada dia os seus caminhos. Ainda na escola, foi numa banda formada com os amigos que ele começou a carreira. Por duas vezes, interpretou o mito Roberto Carlos; também viveu o cantor Cazuza. Integrou o elenco de diversos musicais como Os Miseráveis (Vitor Hugo), Gota d’Água (Chico Buarque) e Chacrinha (Andrucha Waddington). “Sou feliz demais por ter o privilégio de fazer o que amo, viver da arte”, declara Gabriel, que agora pode ser visto na TV como Gustavo, um dos destaques da série Os Dias Eram Assim (Rede Globo).

Na série, além de atuar, ele é uma das vozes da música de abertura, Aos Nossos Filhos (Ivan Lins): “Perdoem a cara amarrada/perdoem a falta de abraço/perdoem a falta de espaço/os dias eram assim”. Também é a música que encanta o ator na linha de tempo agora retratada na televisão: “O período da ditadura precisa sempre ser olhado com atenção não só pela luta e resistência, mas também pela profunda criação cultural”, avalia.

“Amo MPB de forma geral, especialmente a visceralidade das letras, a sonoridade das canções”, afirma, escolhendo mineiro Clube da Esquina como destaque. “Meu maior ídolo! A voz de Deus!”, já declarou sobre Milton nascimento nas redes sociais. Mas a lista de preferências musicais de Gabriel é extensa e eclética: Chico, Gil, Caetano, Renato Russo, Pink Floyd, Led Zeppelin, Dani Blak, Silva... O ator toca violão sem nunca ter feito aulas para o instrumento. “Estudei tanto canto quanto dança para aperfeiçoar os trabalhos que foram surgindo.

TELAS


Além da série, Gabriel também tem duas estreias marcadas no cinema. Ele é o Rei Roberto em Minha Fama de Mau (Lui Farias), filme que deve chegar aos cinemas em julho, produzido a partir da biografia do Tremendão Erasmo Carlos. Também aguarda o lançamento de Piedade, filme de Cláudio Assis, gravado em Pernambuco (ver abaixo).


Carioca do bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio, torcedor do Fluminense, namorado da atriz Carla Salle – sua irmã em Os Dias Eram Assim – Gabriel vem traçando carreira vertiginosa, que ganhou impulso depois de Miguel da novela Velho Chico (Luiz Fernando Carvalho). Antes de Miguel, ele foi o vilão Antônio em Malhação e o Gui de Verdades Secretas. Aos 23 anos, segue trilhando arte.


PIEDADE

“Não conhecia Cláudio Assis, mas já admirava muito o cinema dele”, declara Gabriel Leone sobre o diretor pernambucano. “Fiz teste para atuar em Piedade”, diz sem embaraço. “Fui escolhido, tive a honra e o prazer de fazer parte desse elenco”, declara. Na trama gravada em Pernambuco, Gabriel é o ativista virtual Marlon, filho do personagem de Cauã Reymond e neto da dona de bar Carminha, interpretada por Fernanda Montenegro.

O ator passou um mês no estado; as gravações aconteceram no Litoral Sul, no Cabo de Santo Agostinho. “Me encantei por Olinda”, confessa. “Ainda vi o comecinho da folia. Sempre achei lindo vocês dizerem que iam ‘brincar’ Carnaval. E comprovei que era mesmo uma brincadeira. Sensacional.”


REI ROBERTO CARLOS


“Faço o Roberto dos 16, 17 anos até os 30 e poucos, que é bem o período da Jovem Guarda”, conta Gabriel sobre o filme Minha Fama de Mau, que retrata a vida do cantor Erasmo Carlos. O lançamento do longa-metragem deve acontecer ainda este ano.
Ele conta sobre a dificuldade de interpretar um astro que ainda está vivo: “É difícil. Mas o legal é que a gente teve muita preparação”.


O curioso é que o ator já tinha interpretado Roberto Carlos no teatro, em Chacrinha, O Musical. “Regravamos algumas músicas. Foi muito bom ter reconstruído, no cinema, a amizade de Roberto e Erasmo. Eles têm mais de mil músicas compostas em dupla. É a maior parceria da música brasileira”, afirma.

VELHO CHICO

“Foi um divisor de águas em todos os sentidos”, emociona-se o ator ao falar da novela Velho Chico. “Criei com Camila (Pitanga) e Domingos (Montagner) relações de muito intensas, de muito sentimento”, conta sobre os seus pais na trama dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Sobre o ator que morreu afogado no rio São Francisco nos últimos dias de gravação, afirma: “Domingos foi um cara que mudou a minha vida no melhor dos sentidos”.
“A gente tomou uma decisão conjunta – elenco e família – de seguir com as gravações depois de tudo. Tentamos fazer uma homenagem ao grande homem e ao grande artista que ele foi”, define Gabriel. “Ele permanece comigo. Sempre. Tenho certeza absoluta.”

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