Festejos Juninos

Santo Antônio, um santo mais que casamenteiro

Além de casamento, o Santo homenageado neste 13 de junho também recebe pedidos de cura, pão, trabalho e proteção

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Publicado em 13/06/2017 às 21:36
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Além de casamento, o Santo homenageado neste 13 de junho também recebe pedidos de cura, pão, trabalho e proteção - FOTO: Foto: AFP
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Santo Antônio tem fama sobretudo de casamenteiro, mas os milhares de fiéis que a cada 13 de junho o homenageiam em altares de todo o Brasil também pedem ao santo cura, pão, trabalho e proteção.

Ou simplesmente agradecem pelas graças recebidas ao longo de um ano ou de uma vida, como Gabriela Croharé, que nesta terça-feira esteve na missa no Convento de Santo Antônio no Rio de Janeiro.

"A gente vem buscar um pouco de força e também agradecer pelo ano que passou, por tudo. Há seis meses eu estava praticamente diagnosticada com câncer e [hoje] eu não tenho câncer, então é mais um motivo estar aqui, agradecendo pela vida", disse Croharé, bancária de 43 anos.

A procissão é incessante na escadaria que leva até o alto do Morro de Santo Antônio, onde se encontra o convento, em pleno centro da cidade.

A multidão - composta mais por mulheres do que por homens, e majoritariamente por adultos de classe média - expressa sua devoção acariciando estátuas e acendendo velas com votos dirigidos ao religioso, que viveu na cidade italiana de Pádua no início do século XIII.

Em uma pequena esplanada, alguns metros mais abaixo, um jovem frade franciscano distribui pequenos pães - "o pão dos pobres", aos que já cumpriram a liturgia.

Os que o recebem "vão comer e lembrar que mais gente quer comer pão. E se nós todos repetirmos um gesto parecido, a fome no mundo vai acabar", afirma Frei Alfredo Epalango Prego, angolano de 27 anos que estuda Teologia no Brasil.

Fernanda Cunha, advogada de 43 anos, não poupa elogios a essa figura que, segundo diz, protege a sua família há várias gerações.

"Todos fomos criados junto à devoção a Santo Antônio", que "sempre atendeu todos os meus pedidos", assegura. 

O exemplo mais recente foi a sua aprovação em um concurso público. "Prometi a Santo Antônio que se eu conseguisse essa graça eu doaria o meu primeiro salário para ele. Eu fui chamada em dezembro, comecei a trabalhar em janeiro, e em fevereiro eu vim aqui pagar a minha promessa", conta.

"Quando eu quis engravidar, vim aqui pedir. Meu filho nasceu e o nome dele é Antônio", afirma com orgulho.

E seu casamento, também caiu do céu? "Meu marido fala que ele vem aqui todos os anos porque antes eu vim colocar Santo Antônio num copo d'água de cabeça para baixo para poder casar com ele. Mas eu não fiz esse pedido a Santo Antônio, não", conta, rindo.

Suzana Maria Fernandes, uma jovem jornalista que trabalha como assessora de comunicação em uma paróquia, foi à missa com um pedido bem específico.

"Santo Antônio é conhecido como santo casamenteiro, mas não foi casamento que eu vim pedir não. Foi (...) principalmente pela paz no Rio de Janeiro, que está muito violento. E é uma cidade linda, que atrai muitos turistas e não merece passar o que está passando", disse.

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