O Cais do Sertão teve sua segunda etapa inaugurada sexta-feira (6) pelo governador Paulo Câmara, quatro anos após a abertura do primeiro módulo. O equipamento agora conta com um auditório multiuso, espaços para exposições temporárias, jardim suspenso, uma cafeteria e restaurante, estes últimos ainda não ocupados. Para a conclusão das obras, foram aportados R$ 25,4 milhões, totalizando R$ 122,4 milhões.
A assinatura da ordem para o início das obras foi feita em dezembro de 2010, durante as gestões de Lula e Eduardo Campos, com previsão de que em 2012, durante o São João, já estivesse funcionando. A data mudou para dezembro daquele ano para coincidir com o centenário de Luiz Gonzaga. Porém, nada de ser entregue à população, tendo seu primeiro módulo aberto apenas em 2014. Esta primeira parte custou R$ 97 milhões (a previsão inicial é de que custasse R$ 26 mi).
Desde que abriu, o equipamento também foi palco de vários problemas, como atraso no pagamento de funcionários e contas de luz e chegou a passar cerca de um mês fechado. Desde 2016, o espaço está sob a administração da Empetur (antes, a responsabilidade era da Fundação Gilberto Freyre). Para finalizar o segundo módulo, foram investidos R$ 25,4 milhões por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
SERTÃO E MAR
A proposta do equipamento cultural de celebrar as raízes pernambucanas, do Sertão ao litoral, está expressa desde a arquitetura à museografia. Para o segundo módulo, por exemplo, foram produzidos mais de dois mil cobogós na própria obra. O desenho dessas peças faz com que, com a incidência de luz, crie-se formas que simulam as galhadas das árvores sertanejas.
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O novo espaço ocupa uma área de 5,5 mil metros quadrados e conta com um vão livre com 60m, o segundo maior do País, que pode ser usado como área de convivência e de apresentações culturais. O auditório multiuso tem 232 lugares e conta com detalhes decorativos de renda, produzidos em Poção.
O módulo já abre com três exposições: na Sala São Francisco, com 444 m², está Ela Musa Artista, que destaca a produção feminina do Museu do Estado. Por lá, estão obras de Marianne Peretti, Guita Charifker, Teresa da Costa Rego, entre outras. Na Sala Moxotó, o coletivo Vacilante traz um tom mais contemporâneo na mostra Autovacilo, com obras em suportes variados, como porta de carro, máquina de lavar e projeção de vídeos. Dia 29, o coletivo promove uma ação no vão do museu, aberta ao público. Na Sala Pajeú, Manoel Dantas Suassuna apresenta Avoenga, trabalho em que perpetua a memória de seu pai, Ariano, através de quadros, objetos e vídeos.
As únicas partes do módulo que estão sem ocupação são o café, no térreo, e o restaurante, no topo, que conta com uma vista privilegiada para o porto do Recife e o Parque das Esculturas, além de um jardim com paisagismo emulando a vegetação sertaneja. Uma nova licitação será lançada em breve.
O Cais do Sertão funciona das 9h às 17h, de terça a sexta-feira; e, aos sábados e domingos, das 13h às 17h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Nas terças, a entrada é gratuita.