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Izaías Régis nega motivação política em ataque à peça do FIG

Oposição ao governo Paulo Câmara, o prefeito de Garanhuns ainda negou que tenha 'intolerância contra os LGBTQ's'

JC Online
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Publicado em 01/08/2018 às 16:55
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Oposição ao governo Paulo Câmara, o prefeito de Garanhuns ainda negou que tenha 'intolerância contra os LGBTQ's' - FOTO: Divulgação
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O prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), rebateu ontem, por meio de nota oficial enviada ao Jornal do Commercio, a declaração do secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, que criticou o gestor municipal “por espalhar uma campanha de ódio e preconceito nas redes sociais”, pautado “pelas ideias reacionárias do projeto de Temer em Pernambuco” durante o 28º Festival de Inverno.

Na nota, o prefeito afirma que “sempre foi um dos políticos que mais incentivou e apoiou as edições do Festival de Inverno e que, em nenhum momento teve a intenção de diminuir o potencial cultural do evento ou mesmo causar desgaste com viés político, como dito pelo representante do governo estadual”.

O atrito Izaías Régis e Marcelino Granja começou quando o prefeito deflagrou na Rádio Jornal Garanhuns uma campanha contra a encenação da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu e afirmou que não cederia espaços municipais para a montagem, nesta última edição. Régis conclamou o apoio da população e das igrejas cristãs de Garanhuns. O bispo Paulo Jackson também se pronunciou, dizendo não concordava “de nenhum modo que a peça seja apresentada” e que, caso ocorresse, iria “proibir que a Igreja Catedral seja utilizada como um dos palcos”. A Secult-PE/Fundarpe, então, cancelou as apresentações e enfrentou contestações judiciais contra e a favor da reinserção da montagem na programação do FIG.

Segundo a nota da Prefeitura de Garanhuns, “a posição do prefeito Izaías Régis foi em resposta e contra qualquer tipo de intolerância religiosa, manifestada principalmente pelos artistas Daniela Mercury e Johnny Hooker, no palco principal do Festival. Para o chefe do Executivo Municipal, as falas ultrapassaram qualquer tipo de conceito de ‘liberdade’, causando, na realidade, ofensa aos cristãos que se posicionaram contra a exibição da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu.”

Em outro trecho, Izaías Régis enfatiza “que não existe qualquer tipo de intolerância contra os LGBTQ’s, como o secretário tentou evidenciar na nota”. Embora repudie o ponto de vista apresentado pela atriz Renata Machado no texto da escocesa Jo Clifford, que coloca Jesus como uma personagem trans, partindo do princípio bíblico que “Deus criou o mundo à sua imagem e semelhança”, Régis termina a nota oficial afirmando que “suas falas foram em defesa do respeito mútuo à população local, que se sentiu ofendida com as

JOHNNY HOOKER

No Recife, deputado evangélico André Ferreira (PSC) usou a tribuna da Assembleia Legislativa para solicitar à Fundarpe a suspensão do cachê pago a Johnny Hooker. "O cantor agrediu as pessoas e grupos religiosos que se colocaram contra a encenação da peça, com palavras chulas e incitação ao ódio”, disse o deputado em seu discurso. O cantor, por sua vez, tem recebido a solidariedade de grupos LGBTQs e de artistas.

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