Falecimento

Artistas lamentam falecimento de Cadengue nas redes sociais

O diretor, escritor e professor Antônio Edson Cadengue faleceu às 3h30 desta quarta (01)

Editoria de Cultura
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Publicado em 01/08/2018 às 12:00
Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem
O diretor, escritor e professor Antônio Edson Cadengue faleceu às 3h30 desta quarta (01) - FOTO: Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem
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Em decorrência do falecimento do diretor, escritor e professor Antônio Edson Cadengue, às 3h30 desta quarta (01), a classe artística tem se mobilizado nas redes sociais, através de notas lamentando o ocorrido. Cadengue faleceu no Hospital Hapvida por conta de um infarto agudo secundário a uma arteriosclerose coronariana, que levou a um edema agudo do pulmão.

O escritor e jornalista João Silvério Trevisan, autor de Em Nome do Desejo, peça montada nos anos 1990 por Cadengue e que o diretor iria levar novamente aos palcos em breve, lembrou do encontro recente de ambos. "Meu amigo Antonio Edson Cadengue (1954 - 2018). Estivemos juntos neste último fim de semana, no Recife e em Porto de Galinhas. Assistimos juntos ao primeiro ensaio geral da peça "Em nome do desejo" que ele e eu adaptamos do meu romance homônimo. Ele ia reapresentá-la, após 28 anos da última encenação, que teve grande sucesso no Recife dos anos 90. Esta manhã, pelo telefone, veio a notícia de sua morte súbita. Mesmo perdendo um pedaço de mim, sei que o amor não morre. O resto é silêncio, no Recife e no meu coração".

No Facebook, o ator Carlos Lira fez uma postagem relembrando momentos que viveu com Cadengue e afirmando que estava com o coração partido. "Você me dirigiu no O Burgues Fidalgo, Vestígios, As Confrarias, Dorotéia e tinha guardado pra mim, o papel que foi do saudoso Marcos Vinicius, nesta nova montagem do Em Nome do Desejo... Agradeci e declinei do papel, pelo fator TEMPO. Aprendi muito com você, Mestre!", diz trecho. 

O professor da Universidade Federal de Pernambuco, Igor de Almeida Silva, também emitiu uma nota nas redes sociais. "Meu coração está partido. A dor que sinto não cabe em palavras", afirmou. Já Maria do Céu, responsável pelo Clube Metrópole, ressaltou a perda para o teatro pernambucano com a morte do dramaturgo aos 64 anos. "Cadengue era uma referência local quando se falava de Nelson Rodrigues. Dele, encenou Doroteia, Viúva porém honesta, Senhora dos Afogados e Toda Nudez será castigada. Falando em nudez, ficou muito conhecido por quebrar barreiras e preconceitos ao exibir e exaltar os corpos de seu elenco no palco. Sua força, orgulho de nossa cultura e empoderamento farão muita falta!", afirma.

Da mesma forma se expressou o ator Rodrigo Dourado. "Não sou familiar, tampouco fui uma pessoa próxima a ele, mas lamento profundamente sua partida. O teatro pernambucano perde um grande pesquisador, professor, encenador", diz post no Facebook.  Já o ator e diretor Manoel Constantino afirmou: "Pernambuco perde Antonio Cadengue, um dos mais talentosos diretores e um profundo estudioso do fazer teatral. É uma perda que nos deixa muito tristes, por seus espetáculos, por sua postura e ardor que tinha pelo teatro e por ter sido orientador de muitos talentos da cena pernambucana. Ficamos mais pobres. Na nossa memória ficará seus espetáculos, exemplos de competência e amor pela a arte da representação."

O cenógrafo Walter Holmes também se pronunciou a respeito da perda para o teatro: "A partida de Antônio Cadengue deixa um vazio imenso para todos que vivem, admiram e batalham pelo Teatro no Brasil. Sua contribuição foi e será sempre enorme e incomparável. Um grande diretor, intelectual brilhante e batalhador incansável por sua arte e pela cultura brasileira. Estamos muito mais pobres. Muita luz, querido!"

O velório de Cadengue será nesta quinta (02), a partir das 8h, no Teatro Valdemar de Oliveira. O enterro será no Cemitério de Santo Amaro.

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