ICST

Confiança da construção cai 0,9 ponto em fevereiro, diz FGV

Na comparação com fevereiro de 2015, o Índice registrou retração de 12,9 pontos

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 25/02/2016 às 10:35
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Na comparação com fevereiro de 2015, o Índice registrou retração de 12,9 pontos - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
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O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 0,9 ponto em fevereiro na comparação com janeiro, para 66,6 pontos, na série com ajustes sazonais, divulgou nesta quinta-feira (25) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Esta foi a terceira queda consecutiva do índice, levando-o para o nível mais baixo da série histórica. Na comparação com fevereiro de 2015, o ICST registrou retração de 12,9 pontos.

Para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV, o desempenho da confiança setorial em fevereiro sinaliza a continuidade do encolhimento da construção para os próximos meses. "Ou seja, não se vislumbra ainda uma acomodação da atividade, mesmo que em patamar baixo. Muitos fatores estão contribuindo para este cenário, mas vale destacar que as incertezas no campo macroeconômico têm se mostrado como um dos principais 'gargalos' à melhoria dos negócios", afirmou.

Em fevereiro, a baixa do índice em relação a janeiro decorreu, principalmente, da piora da percepção do empresariado em relação à situação corrente dos negócios. O Índice da Situação Atual (ISA) teve queda de 1,9 ponto em fevereiro, para 63,6 pontos. A maior contribuição para o recuo deste componente veio do indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios, que caiu 3,1 pontos em relação ao mês anterior, atingindo 64,5 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE) permaneceu praticamente estável, ao variar negativamente 0,1 ponto, para 70,1 pontos no segundo mês de 2016. O resultado do IE foi reflexo, principalmente, do declínio do indicador que apura a perspectiva de demanda pelos serviços da empresa para os próximos três meses, com queda de 0,4 ponto ante janeiro.

De acordo com a FGV, nos últimos 12 meses o principal fator de limitação do setor na visão dos empresários é a demanda insuficiente. O índice já ocupava o topo da lista em fevereiro do ano passado, mas o porcentual dos entrevistados que apontaram este como principal problema para a construção avançou de 43,4% para 54,6%.

Em segundo lugar, com referência à incerteza no cenário macroeconômico, aparece o item "outros", com 29,8% das respostas Já a competição no próprio setor caiu da segunda para a terceira posição, sendo apontada por 24,6% dos pesquisados.

INCC-M

O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) ficou em 0,52% em fevereiro, mostrando aceleração ante a alta de 0,32% registrada em janeiro, aponta FGV. O INCC-M acumula altas de 0,85% no ano e de 6,84% em 12 meses.

O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação positiva de 0,53% em fevereiro, após avanço de 0,52% apurado na leitura do mês anterior. Já o índice relativo a Mão de Obra variou 0,51%, após alta de 0,15%.

Cinco das sete capitais analisadas registraram aceleração em suas taxas de variação em fevereiro ante janeiro: Salvador (de 0,61% para 0,72%), Belo Horizonte (0,27% para 0,37%), Recife (1,13% para 2,34%), Rio de Janeiro (0,20% para 0,41%) e Porto Alegre (0,31% para 1,42%).

Por outro lado, houve desaceleração em Brasília (de 0,17% para -0,01%) e São Paulo (de 0,25% para 0,22%). 

Destaques de alta

Os itens que mais contribuíram para a aceleração do INCC-M na passagem de janeiro para fevereiro foram servente (de 0,25% para 0,94%), ajudante especializado (0,24% para 0,48%), taxas de serviços e licenciamentos (4,10% para 4,46%), vale transporte (3,30% para 3,89%) e tubos e conexões de PVC (-0,01% para 2,16%)

Por outro lado, entre as maiores influências isoladas de baixa estão os itens vergalhões e arames de aço ao carbono (de -0,39% para -1,30%), aluguel de máquinas e equipamentos (mesmo com o abrandamento da deflação de -0,77% para -0,33%), cimento portland comum (apesar da ligeira diminuição no ritmo de queda de -0,22% para -0,19), projetos (de 0,41% para -0,12%) e rodapé de madeira (de 0,15% para -0,73%).

Entre janeiro e fevereiro, a aceleração do INCC-M foi determinada pela alta do grupo Mão de Obra, que acelerou de 0,15% para 0,51% entre os dois períodos, influenciado pelo reajuste salarial de Recife e antecipações em Salvador e Porto Alegre.

Já o grupo Materiais, Equipamentos e Serviços permaneceu praticamente estável, ao variar de 0,52% para 0,53% entre janeiro e fevereiro.

Dentro deste índice, o item relativo a Materiais e Equipamentos subiu 0,39% neste mês, ante elevação de 0,40% no mês anterior, enquanto o referente a Serviços teve elevação de 1,06% em fevereiro, após subir 1,00% em janeiro.

Na passagem de janeiro para fevereiro, o INCC-M avançou de 0,32% em janeiro para 0,52% em fevereiro. O indicador é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

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