Economia

Governo decide não acionar termelétricas mais caras

O governo decidiu manter desligadas as usinas termelétricas mais caras do País, cujo custo está acima do custo marginal de operação

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Publicado em 01/11/2017 às 20:17
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As distribuidoras de energia tentam inviabilizar a energia solar, por exemplo, porque rapidamente tornaria as térmicas dispensáveis. - FOTO: Foto: Tiago Queiroz / Estadão
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Apesar da persistência da seca, o governo decidiu manter desligadas as usinas termelétricas mais caras do País, cujo custo está acima do custo marginal de operação (CMO) - sigla que expressa o valor de adicionar cada megawatt (MW) ao sistema. No jargão do setor elétrico, isso significa que o governo não aprovou o despacho fora da ordem de mérito. A informação consta da nota divulgada nesta quarta-feira, 1, pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

"A segurança do suprimento eletroenergético está garantida em todo o território nacional", reiterou o CMSE, ressaltando que a previsão é de "manutenção do elevado custo associado à geração". O órgão tem realizado reuniões semanais para avaliar as condições de abastecimento de energia no País. A próxima está marcada para o dia 9 de novembro.

Ainda na nota, o CMSE informou que risco de faltar energia no ano que vem é de 2,8% nas regiões Sudeste e Centro/Oeste e de 0,1% no Nordeste. O governo voltou a destacar a adoção de medidas para elevar a segurança do sistema, como importação de energia da Argentina, fornecimento de combustível para térmicas disponíveis e sem contratos, e a flexibilização de restrições de algumas hidrelétricas para preservar água nas cabeceiras das bacias dos rios Grande e Paranaíba.

Para os próximos sete dias, de acordo com a nota, a previsão é de chuvas mais volumosas na maior parte do Sudeste, Centro-Oeste, no centro-sul da Região Norte e no oeste da Região Nordeste. O começo do período úmido, quando as chuvas deverão ser mais intensas e próximas da média histórica, deve ocorrer ao longo deste mês, em um prazo estimado entre 15 e 30 dias.

Em outubro, as chuvas ficaram abaixo da média histórica em todas as regiões. No Sul, ficaram em 79% da média histórica; no Sudeste/Centro-Oeste, ficaram em 66%; no Norte, em 46%; e no Nordeste, 21%.

Com isso, o nível dos reservatórios no fim do mês passado atingiu 47,3% no Sul, 21,2% no Norte, 17,7% no Sudeste/Centro-Oeste e 6% no Nordeste.

A previsão para o fim de novembro é que o nível dos reservatórios atinja 48,7% de sua capacidade no Sul, 15,5% no Norte, 14,8% no Sudeste/Centro-Oeste e 3,6% no Nordeste.

No mês passado, 1.196,4 megawatts (MW) de energia foram adicionados ao sistema elétrico, além de 92 quilômetros de linhas de extensão. De janeiro a outubro, a energia adicionada soma 5.917,8 mil MW, além de 1.881 km de linhas de transmissão. O principal destaque foi a entrada em operação comercial da sétima unidade geradora da usina de Belo Monte, que adicionou 611,11 MW ao sistema. A hidrelétrica já atingiu potência de 4 510,9 MW.

Nordeste

Com a continuidade da seca na região Nordeste, as usinas hidrelétricas de Xingó e Sobradinho reduziram a vazão a metros cúbicos por segundo. Para Três Marias, a defluência foi reduzida a 248 metros cúbicos por segundo, "a fim de assegurar o atendimento aos usos múltiplos da água no trecho entre esta usina e o reservatório de Sobradinho". A expectativa é que os reservatórios atinjam 7% em Três Marias e 0,6% em Sobradinho no fim deste mês.

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